COP27/ Brasil, Índia, China e África do Sul criticam exigências dos países mais ricos
Bissau, 17 Nov 22(ANG) – O Brasil, a Índia, a China e a África do Sul criticaram quarta-feira os duplos padrões dos países ricos por pressionarem as nações em via de desenvolvimento a abandonarem os combustíveis fósseis enquanto aumentam o seu próprio consumo.
Numa declaração conjunta feita à margem da cimeira sobre o clima no Egipto, a COP27, os quatro países asseguraram que estão muito preocupados com o facto de as nações mais desenvolvidas ainda não terem mostrado liderança ao desafio climático com um esforço progressivo.No
seu entender, está a existir um revés nos seus compromissos e promessas de
financiamento e mitigação (redução de emissões), tendo-se verificado um aumento
significativo do consumo e produção de combustíveis fósseis durante o último
ano, tudo isso enquanto continuam a pressionar os países em desenvolvimento a
abandonarem esses recursos.
“Tais
duplos padrões são incompatíveis com a equidade e a justiça climática”, afirmam
em declaração conjunta, na qual oferecem o seu apoio à Presidência egípcia da
COP27 para tornar a cimeira um sucesso e alcançar resultados ambiciosos,
equitativos e equilibrados.
Além
disso, irão trabalhar para que o acordo final inclua progressos substanciais no
sentido da criação de um mecanismo de financiamento para compensar os países
pobres pelos prejuízos causados no seu território pelas alterações climáticas.
Esperam
também que seja possível alcançar uma nova meta de financiamento climático
(atualmente o objetivo é que o Fundo Verde para o Clima seja dotado de 100.000
milhões de dólares – o equivalente em euros – por ano até 2023) e que seja
acordado um novo objetivo global de adaptação e que o Programa de Trabalho de
Mitigação, em conformidade com o Acordo de Paris, seja concluído.
Acima
de tudo, a COP27 deverá promover a equidade e a justiça, reconhecendo a
igualdade fundamental de todas as pessoas e o seu direito inalienável de
prosseguir o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável, acrescenta
a declaração.
No
documento, defendem que apesar da recessão económica e dos seus esforços para
erradicar a pobreza, os quatros países dizem continuar a liderar ações contra
as alterações climáticas.
Neste
contexto, sublinharam a necessidade urgente de transformar e modernizar a
arquitetura financeira global, incluindo a reforma dos bancos de
desenvolvimento, de forma a adequarem-se ao seu dever de apoiar o
desenvolvimento sustentável e as transições energéticas justas e equitativas.
No
que diz respeito aos mercados de carbono, pediram aos sectores público e
privado que promovessem essa parte dos rendimentos que geram para o Fundo de
Adaptação.
Além
disso, alertam que medidas unilaterais e práticas discriminatórias, como os
mecanismos de ajustamento das fronteiras aos produtos fiscais poderiam conduzir
a distorções do mercado e agravar o défice de confiança entre as partes.
ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário