Guiné-Equatorial/ Altos funcionários de segurança investigados pela justiça espanhola
Bissau, 05 Jan 23
(ANG) - A justiça espanhola está a investigar o alegado
envolvimento de três altos funcionários de segurança da Guiné-Equatorial,
incluindo um dos filhos do actual Presidente, no alegado rapto e tortura
de opositores espanhóis.
Carmelo Ovono
Obiang, filho do actual Presidente da Guiné-Equatorial
e chefe dos serviços de informação estrangeiros, Nicólas Obama Nchama, ministro responsável pela segurança interna
do país e Isaac Endo,
director e responsável pela segurança presidencial, estão a ser
investigados por um tribunal superior, com sede em Madrid, por alegadamente
terem raptado e torturado dois opositores ao regime guineense.
A notícia
foi avançada, esta terça-feira, pelojornal espanhol El País e confirmada
pela Agência France-Presse por fonte judicial.
O caso remonta a 2020, no sul do Sudão. Efa
Mangue, de 44 anos, e Julio
Obama, de 51, dois cidadãos espanhóis de origem equato-guineense, terão
sido interceptados e presos no aeroporto de Juba, e levados, num avião militar,
para a Guiné-Equatorial, onde foram torturados, de forma repetida, de acordo com a mesma fonte.
Na altura, dois outros membros da oposição, que também viviam em
Espanha, terão sido também
raptados. São eles Ndong
Ondo e Martin Ondo. Os
quatro terão sido condenados a penas de prisão, que variam entre os 60 e
os 90 anos, acusados de terem participado numa alegada tentativa de golpe de
estado.
O vice-presidente da Guiné-Equatorial, Teodorin Obiang, que é outro dos filhos do chefe de Estado, já acusou Espanha de "ingerência", após a abertura desta investigação. ANG/RFI
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