Gabão acolhe cimeira One Forest/ "Esperamos que se cumpram os acordos climático", diz consultor e ambiental,Jédio Fernandes
Bissau, 28 Fev 23 (ANG) - Emmanuel Macron vai estar nos dias 1 e 2 de Março em Libreville, no Gabão para co-organizar o One Forest Summit, uma cimeira sobre a preservação das florestas tropicais, evento para o qual foram convidados vários chefes de Estado.
"Esperamos que desta cimeira se cumpram os acordos
internacionais de financiamento climático. Os países de África são pobres e as
económicas africanas estão dilaceradas. Esperamos que esta vinda do
Presidente francês a África traga investimento, conhecimento, tecnologia, formação
e educação. E que
se cumpra o que se prometeu na conferência de Paris em 2015, o tal
financiamento climático", defende o engenheiro e
consultor ambiental, Jédio Fernandes.
Para combater as alterações climáticas "temos de aumentar o nosso pulmão
verde, plantando mais, conservando as zonas verdes existentes, aumentar a nossa
zona de conservação florestal. A tecnologia é importante e temos uma
necessidade tão grande de crescer economicamente e achamos que devemos explorar
o máximo os elementos naturais, mas essa exploração tem de ser sustentada,
consciente, se eu tirar uma árvore tenho de plantar, pelo menos, cinco",
afirma o também coordenador para alterações climáticas da coligação
juventude dos PALOP.
Na última COP em Sharm El Sheikh, no Egipto, contou com uma forte
presença africana. No encontro, ficou claro que só é possível vencer a luta
contra as alterações climáticas e preservar a biodiversidade sem concursos ou
lutas com o continente africano.
"Esta COP contou com uma forte presença de jovens africanos,
mas ficámos triste porque esperávamos que fossem definidas acções práticas para
os desafios do continente africano. A parte boa foi o facto de, pela primeira
vez, entrar na agenda a questão das perdas e danos. Existem danos ambientais
irreversíveis, por exemplo os países das ilhas do Pacífico perderam terras. O
avanço dos níveis do mar fez com que pessoas perdessem casas, perdessem
famílias", explica.
"É preciso falar de justiça climática. Quem polui mais deve
pagar mais. Não polui, não desenvolvi, não posso pagar de igual maneira que
quem poluiu e quem desenvolveu à custa de países que, hoje, passam mal por
isso", concluiu.
Os mais de 190 países reunidos na Conferência das
Nações Unidas sobre a Biodiversidade, em Montreal, no Canadá, chegaram a um
acordo para proteger 30% do planeta até 2030 e para desbloquear 30 mil milhões
de dólares de ajuda anual à conservação da biodiversidade por países em
desenvolvimento. ANG/RFI
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