China/Xi quer desenvolvimento mais rápido do Exército para "padrões mundiais"
Bissau, 09 Mar 23 (ANG) - O presidente da China, Xi Jinping, sublinhou hoje a necessidade de "coordenar e aprimorar" as "capacidades estratégicas" do país, visando "elevar mais rapidamente as Forças Armadas para padrões de classe mundial", num encontro com representantes do Exército.
Xi disse que
"melhorar as capacidades estratégicas integradas" é fundamental para
o objectivo da China de se tornar uma potência global, num mundo cada vez
"mais competitivo" e "cheio de desafios".
A delegação incluiu
representantes militares e da Polícia Armada Popular, uma unidade paramilitar.
A reunião ocorreu
durante a sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo
legislativo da China.
"Devemos integrar
planos, recursos e forças para enfrentar riscos estratégicos, salvaguardar os
nossos interesses e alcançar os nossos objectivos", disse Xi, citado pela
imprensa oficial.
O líder chinês pediu ao
Exército que siga as últimas directrizes estabelecidas pelo Partido Comunista
Chinês (PCC), incluindo no "impulso da inovação em ciência e tecnologia",
com foco na "inovação independente e original".
Acrescentou que
"devemos alcançar um alto nível de auto-confiança e força nos sectores
ciência e tecnologia a um ritmo mais rápido. A resiliência das cadeias
industriais e de abastecimento também deve ser melhorada".
"Uma boa
implementação desta política tem profundo significado para a construção de um
país socialista moderno, e impulsionará o nosso sonho de 'rejuvenescimento
nacional', acelerando a modernização do nosso Exército como uma força armada de
classe mundial", apontou Xi.
Os apelos para acelerar
o desenvolvimento autossuficiente em ciência e tecnologia, reforçar as
capacidades estratégicas ou tornar as cadeias industriais e de abastecimento
mais resilientes integram-se numa série de estratégias nacionais, já em
andamento, incluindo a iniciativa "Made in China 2025", para
transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de
alto valor agregado, como inteligência artificial, 'chips' semi-condutores,
robótica e carros eléctricos.
O conceito estratégico
para as Forças Armadas referido pelo líder chinês - oficialmente designado
"Melhorar as Estratégias Nacionais Integradas e as Capacidades
Estratégicas" -, promovido após o 20.º Congresso do PCC, destaca um
planeamento mais amplo e a "alocação integrada de recursos e coordenação
sob uma liderança unificada".
"A chave (...) é a
integração", apontou Xi. "O seu êxito vai decidir se podemos
maximizar as nossas capacidades estratégicas gerais", apontou.
Os comentários de Xi
ressaltaram a determinação de Beijing em acelerar a modernização das Forças
Armadas, num período de crescentes tensões com os Estados Unidos e vários
países vizinhos, face a reivindicações territoriais, que vão desde os mares do
Leste e do Sul da China às fronteiras com a Índia, na região dos Himalaias.
Na terça-feira, o
ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, alertou para a
possibilidade de os atritos entre a China e os EUA resultarem em conflito.
"Se os Estados
Unidos não travarem e continuarem a acelerar no caminho errado, nenhuma
barreira poderá impedir o descarrilamento e, certamente, haverá conflito e
confronto", disse Qin.
No dia anterior, Xi
tinha salientado a frustração chinesa com as restrições impostas pelos EUA no
acesso a tecnologia e o apoio de Washington a Taiwan e a blocos militares
regionais.
"Os países
ocidentais liderados pelos Estados Unidos implementaram uma estratégia de
contenção, cerco e repressão total contra a China, o que gerou desafios sem
precedentes para o desenvolvimento da nossa nação", disse Xi, citado pela
agência de notícias oficial Xinhua.
No domingo, o
primeiro-ministro cessante, Li Keqiang, anunciou um aumento de 7,2% nos gastos
militares para 2023, superando a meta de crescimento económico de "cerca
de 5%", estabelecida para este ano.
China publicou poucos
detalhes sobre a estratégia, mas um artigo difundido pelo PLA Daily, o jornal
oficial do Exército, em Outubro passado, indicou que esta visa "unificar
os dois principais objectivos de construir um país próspero e um exército
poderoso; e coordenar as duas questões - chave do desenvolvimento e da
segurança".
"A História provou
repetidas vezes -- um país forte é sempre o resultado combinado de uma economia
[robusta] e capacidades de Defesa (poderosas)", referiu o artigo,
acrescentando que o desenvolvimento da Defesa de um país deve estar intimamente
ligado à economia e ao desenvolvimento social.
"Desafios nos
campos de batalha não são apenas disputas entre os sistemas de Defesa de
diferentes países, mas uma competição entre as forças nacionais de forma
geral", apontou.ANG/Angop
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