França/Emissões de CO2 subiram menos do que esperado em 2022 – relatório
Bissau, 03 Mar 23 (ANG) – As emissões globais de dióxido de carbono (CO2), relacionadas com a energia, subiram em 2022, mas a um ritmo inferior ao esperado, devido ao aumento da energia verde e das tecnologias, foi hoje anunciado.
No ano passado, as
emissões de CO2 provenientes de fontes de energia cresceram 0,9%, atingindo um
recorde de mais de 36,8 mil milhões de toneladas, indicou a Agência
Internacional de Energia (AIE), em relatório.
“O risco de crescimento
desenfreado das emissões devido ao aumento da utilização do carvão no contexto
da crise energética não se concretizou, uma vez que o aumento da energia solar
e da eólica, dos automóveis eléctricos, da eficiência energética e de outros
factores abrandaram o aumento das emissões de CO2”, disse a AIE, com base numa
análise de dados públicos franceses.
As emissões de energia
(mais de três quartos do total de gases com efeito de estufa) permanecem numa
“trajectória de crescimento insustentável”, alimentando as perturbações
climáticas, advertiu a AIE, pedindo uma acção mais enérgica.
Mas, segundo a AIE, 550 milhões
de toneladas de CO2 foram também evitadas por novas infra-estruturas
energéticas de baixo teor de carbono. No ano passado, as energias renováveis
foram responsáveis por 90% do crescimento da produção de electricidade.
Em 2021, o aumento anual
das emissões relacionadas com a energia tinha atingido 6%, na sequência do
primeiro ano da pandemia da covid-19, excepcionalmente baixo.
No ano passado, as
emissões foram impulsionadas por uma dependência crescente dos combustíveis
fósseis devido a um ressurgimento de fenómenos meteorológicos extremos e
dificuldades no funcionamento de um número sem precedentes de reactores
nucleares.
As emissões geradas pela
combustão de carvão, que na Ásia, mas também na Europa, substituiu
frequentemente o gás, demasiado caro, aumentaram em 1,6%.
Já as emissões
provenientes do petróleo aumentaram 2,5%, mas permaneceram abaixo dos níveis
pré-covid. Metade deste crescimento deveu-se à recuperação do tráfego aéreo,
explicou a AIE.
Por área geográfica, a
Ásia, excluindo a China, viu as emissões aumentarem em 4,2%, impulsionadas pelo
crescimento económico. A China, sujeita às restrições da covid, manteve o mesmo
nível de emissões.
Na UE, as emissões
diminuíram 2,5%, graças a uma implantação recorde de energias renováveis face
ao regresso do carvão. Nos EUA, aumentaram 0,8%, com um forte aumento da
procura de energia devido a temperaturas extremas.
“Os impactos da crise
energética não geraram o enorme crescimento das emissões que temíamos, graças
ao notável crescimento das energias renováveis, veículos eléctricos, bombas de
calor e tecnologias de eficiência energética. Sem isto, o crescimento das
emissões de CO2 teria sido quase três vezes superior”, comentou o director da
AIE, Fatih Birol.
“Contudo, as emissões de
combustíveis fósseis [petróleo, gás, carvão] continuam a crescer, dificultando
os esforços para cumprir os objectivos climáticos globais”, acrescentou,
pedindo acção às firmas envolvidas.
“As empresas
internacionais e nacionais de combustíveis fósseis estão a obter receitas recorde
e devem assumir a quota-parte de responsabilidade, consistente com os
compromissos públicos em matéria de clima. Devem rever as estratégias para
assegurar que as emissões sejam efectivamente reduzidas”, disse.
ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário