França/Polícia deteve 300 pessoas nos protestos contra a reforma das pensões
Bissau, 21 Mar 23 (ANG) - Cerca de 300 pessoas foram detidas na noite passada em várias cidades de França, sobretudo em Paris, durante as manifestações de protesto contra a reforma das pensões defendida pelo chefe de Estado Emmanuel Macron.
De
acordo com a polícia francesa, 243 pessoas foram detidas em Paris e outras 53
em outros pontos da França, durante os protestos que eclodiram no país depois
de Macron ter superado - por apenas nove votos - a moção de censura motivada
pela polémica reforma das pensões.
Na
capital, várias centenas de pessoas concentraram-se na segunda-feira perto da Assembleia
Nacional durante o debate da moção de censura.
Apesar
da primeira intervenção da polícia, os manifestantes dispersaram-se mas
mantiveram-se nas ruas da capital.
Registaram-se
incidentes na Place de l'Opera onde foram incendiadas grandes quantidades de
lixo que se amontoam em Paris devido à greve à recolha de resíduos, desde o
início de março.
Paralelamente,
o Governo, na tentativa de controlar os diferentes protestos que se registam em
todo o país, anunciou hoje de manhã que "vai obrigar os trabalhadores a
regressarem ao trabalho" nos depósitos de carburantes do porto de
Fos-sur-Mer, Marselha, onde dezenas de postos de gasolina estão sem combustível
devido à falta de abastecimento.
Fontes
do Ministério da Transição Energética indicaram que a decisão foi adotada para
"fazer face ao agravamento na distribuição de combustíveis" no
sudeste de França.
Em
concreto, a medida impõe o regresso de três trabalhadores por turno para que
possam operar nos depósitos de combustíveis de Fos-sur-Mer, sem interrupções,
durante as próximas 48 horas.
As
instalações de Fos-sur-Mer abastecem a região da Provença, Costa Azul e
também da Aquitânia, além de garantir o funcionamento do oleoduto de
Lyon.
Todas
as refinarias de França estão paradas ou em "processo de suspensão de
atividade" por causa das greves contra a reforma das pensões.
O
Governo receia que mais postos de abastecimento de combustíveis - a nível
nacional - venham a ser afetados.
Vários
setores aderiram às greves como os transportes e a recolha de resíduos em
várias cidades, incluindo Paris.
A
paralisação dos controladores aéreos obrigaram várias companhias de aviação a
anular hoje e na quarta-feira, 20% dos voos nos aeroportos de Orly (Paris)
e de Marselha.
Os
sindicatos franceses convocaram uma nova greve para a próxima quinta-feira
contra a lei das pensões que pretende mudar a idade mínima da reforma dos 62
anos para os 64 anos. ANG/Lusa
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