Política/ Analista político diz que recente mudança no governo deixa perceber que o PR quer ter o controlo sobre a Segurança do país
Bissau, 15 Mar 23 (ANG) – O analista político, Diamantino Domingos Lopes disse que a recente mudança feita pelo Presidente da República no Ministério do Interior e na Direção Geral de Serviço de Informação e Segurança (SIS) deixa perceber que o PR quer consolidar o seu poder e sobretudo ter o controlo da Segurança do país.
“Porque o Ministério de
Interior é uma área chave no nosso contexto político. É um ministério que
acautela vários eventos. Portanto, tendo lá uma pessoa da sua total confiança,
deixa-o mais seguro. Entretanto, o Ministério de Interior vai ter um papel
determinante no processo eleitoral, sobretudo no ponto de segurança”, referiu o
analista em entrevista exclusiva esta quarta-feira à ANG.
Domingos Lopes recordou que a
mudança de Sandji Fati que até então era visto como um dos braços direitos de
Umaro Sissoco Embaló no Ministério da Defesa Nacional para o de Interior tinha
um objetivo que era de baixar a poeira que existia em relação o suposto
envolvimento de alguns agentes de Estado pertencente ao Ministério do Interior em
casos de tráfico de drogas.
De acordo com o analista,
conseguiu-se baixar a poeira e as
pessoas passaram a falar das figuras e não do essencial, ou seja do esclarecimento
sobre o paradeiro das drogas apreendidas
e das pessoas que estavam envolvidas.
Acrescentou que esse assunto
deixou de ser falado e foi desviada a atenção
sobre o essencial e passou-se a falar das mudanças de pessoas.
Domingos Lopes salientou que
neste momento houve mais uma mudança que agora não para baixar a poeira, mas
sim para garantir uma determinada segurança relativamente à agenda que ainda
não nos está clara.
“Não quero acreditar que o
Soares Sambú foi nomeado para acumular a pasta do Ministro do Interior só
porque é capaz de garantir melhores condições de segurança de que antigo
titular da pasta Sandji Fati. Está aí porque tem uma agenda para cumprir “,
acrescentou.
Em relação ao ministro da
Presidência do Conselho de Ministros e de Assuntos Parlamentares, Malal Sane
questionou o porque de ser ele a ser nomeado e não outras pessoas que estão aqui no país,
uma vez que terminou recentemente a sua
função internacional e voltou a assumir a função que anteriormente exercia sob tutela de Soares Sambú.
Lopes afirmou que isso está
acontecer numa altura em que o Presidente da República está de boas relações
com a direção do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), o partido à
que pertence.
Considerou a constante presença do Coordenador do
MADEM-G15 ao lado do Presidente da República nos últimos tempos, de
concorrência desleal, tendo questionado do porquê que o Presidente não está a
fazer isso com a liderança de outros partidos políticos, exemplificando o
APU-PDGB cujo o líder é o atual Primeiro-ministro.
“Porque não o Primeiro-ministro
ao lado do Presidente da República neste momento, mas sim o Coordenador do
MADEM. O Presidente está a fazer um jogo duplo de Presidente da República, mas
também de membro de um partido político”, frisou analista político, Diamantino
Domingos Lopes. ANG/DMG/ÂC//SG
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