sexta-feira, 31 de março de 2023

Ucrânia/ Zelensky jura "vencer o mal russo"

Bissau, 31 Mar 23 (ANG) - O presidente ucraniano deslocou-se a Bucha, cidade das imediações de Kiev onde se presume que as tropas russas podem ter cometido crimes de guerra, para marcar esta sexta-feira o primeiro aniversário da retomada desta localidade pelas tropas ucranianas.


Perante alguns dirigentes europeus, Volodymyr Zelensky jurou "vencer o mal russo".

"Vamos vencer seguramente, o mal russo vai cair, precisamente aqui na Ucrânia e não poderá mais levantar-se" garantiu hoje em Bucha o Presidente ucraniano recordando que nas ruas desta cidade, hoje em reconstrução, "o mundo viu o mal russo, o mal no estado puro", referindo-se aos crimes que são atribuídos às forças russas.

No dia 31 de Março de 2022, as tropas ucranianas retomaram o controlo dessa localidade outrora com 37 mil habitantes e que tinha sido ocupada pelos russos praticamente no começo da ofensiva em Fevereiro do ano passado. Pouco depois da retirada russa, jornalistas deram com vestígios de veículos calcinados, casas destruídas e sobre várias centenas de metros os cadáveres de 20 civis.

De acordo com Kiev, nesse período, 1.400 civis poderão ter morrido na zona de Bucha, dos quais um pouco mais de 600 dentro da própria cidade. A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam Moscovo de execuções sumarias de civis e de crimes de guerra, o que a Rússia contesta.

Ainda hoje a ONU, o alto comissário da ONU para os Direitos do Homem, Voltar Türk, considerou que graves violações dos Direitos Humanos tornaram-se "escandalosamente rotineiros", 13 meses depois do início da ofensiva lançada pelos russos.

Um ano depois, a frente de luta centra-se sobre Bakhmut, no leste da Ucrânia, que a Rússia tenta conquistar há meses. Ontem Kiev admitiu apenas controlar um terço da cidade, mas emitiu a esperança de conseguir resistir e enfraquecer as tropas russas até encetar a sua contra-ofensiva, logo que tenha todo o armamento fornecido pelos seus aliados.

Nesta sexta-feira, o Presidente bielorrusso, aliado de Putin que acaba de aceitar o posicionamento de armas nucleares "tácticas" russas no seu país, disse recear uma guerra "nuclear" por causa do apoio ocidental à Ucrânia. O Presidente Lukachenko também lançou um apelo a tréguas. Uma hipótese logo excluída pelo Kremlin. "Sobre a Ucrânia, nada muda: a operação militar especial continua, pois é a única maneira de alcançar os objectivos estabelecidos pelo nosso país hoje", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.  ANG/RFI

 

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