Campanha de Caju/ Presidente da ANAG considera de “quase nulo” a comercialização deste produto estratégico para economia do país
Bissau, 12 Abr 23
(ANG) – O Presidente da Associação Nacional de Agricultores da Guiné-Bissau
(ANAG), considerou hoje de “quase nulo” a comercialização da castanha de caju
até ao presente momento no país e
pede intervenção urgente do Governo.
Jaime Bollis Gomes, solicitado
pela ANG a fazer o balanço de cerca de duas
semanas de campanha de comercialização
da castanha de caju, disse que, segundo informações de que dispõe ,antes da fixação do
preço de referência pelo Governo o produto já estava a ser comprado a 250 francos CFA e que depois do anúncio do
preço mínimo, registou se, de uma forma clandestina, a queda do preço de 250
francos para 200 francos/o quilo .
“O caju na nossa
sociedade atual é o unico sustento dos lavradores, uma vez que não existe
produção diversificada na Guiné-Bissau ,nem fontes de ganhos que o agricultor pode recorrer para obter empréstimo para realizar a sua atividade, assegurando o sustento da
sua família. Nada disso existe no país e
a única esperança é o caju “,disse.
Bollis lamentou a
falta de fiscalização do preço de 375 francos fixado pelo Governo e diz que quem
paga com isso é o pobre povo.
Acrescenta que os próprios comerciantes querem comprar, mas
não têm dinheiro, uma vez que viram as suas actividades complicar-se com a pandemia
da Covid-19, Guerra na Ucrânia e subida drástica do preço dos produtos da
primeira necessidade .
O Presidente da ANAG
apontou ainda a não exportação de uma
parte da castanha do ano passado como outro
factor que está por detrás da fraca procura pelo caju até ao momento, e
sustenta que os compradores estão com
dúvidas de que se comprarem o caju ao
preço fixado pelo Governo quanto poderão
vendê-lo e que ganhos terão.
“Por isso digo que estamos perante uma ameaça
muito grave para a sociedade em geral e que é necessário que o Governo procure
solução urgente, uma vez que os camponeses não têm outra fonte de rendimento a
não ser o caju. E caso não conseguirem vender o produto vão abandonar as hortas uma
vez que não há ganhos para recompensar o trabalho duro e se isso acontecer será
muito mau e correm o risco de passarem fome”, disse.
Jaime Bollis sugere a
abertura das fronteiras como solução caso persistissem as dificuldades internas na comercialização do caju ao preço
considerado justo, para permitir que agricultores possam vender os seus
produtos nos países vizinhos, Senegal
,Gâmbia ou Guiné-Conacri, para remediar as suas dificuldades , e diz Boles, “aliviar o
próprio Governo”.
ANG/MSC//SG
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