Estados
Unidos/ Pentágono abre
inquérito sobre fuga de informação
Altos
funcionários acreditam que o responsável trabalhe dentro dos serviços de
informação.
Esta investigação tem por objectivo
encontrar o responsável por divulgar documentos secretos sobre a espionagem
norte-americana.
No início da semana passada uma série de
documentos altamente confidenciais supostamente pertencentes ao Pentágono e
outras agências norte-americanas, começaram a circular no Telegram e na
imprensa local, e abordavam o grau de envolvimento dos Estados Unidos no
conflito na Ucrânia.
Posteriormente, no final de semana, cerca
de 100 documentos secretos do Pentágono voltaram a ser divulgados no Twitter,
revelando aparentemente informações confidenciais que as agências de espionagem
norte-americanas tinham obtido, não só sobre a Rússia e a Ucrânia, mas também
sobre aliados, como Israel e a Coreia do Sul.
De acordo com os documentos, os serviços
secretos eram informados com antecedência sobre os alvos dos bombardeamentos
russos e tinham estimativas sobre as baixas de ambos os lados. Os documentos
revelaram ainda a espionagem a altos funcionários de Kiev.
Outras informações nos documentos também
abordavam as alegadas tentativas do grupo Wagner de comprar armas à Turquia
através do Mali e o debate no seio do governo sul-coreano sobre a entrega de
munições à Ucrânia. Um documento sugeriu que um pequeno contingente de
menos de 100 pessoas de operações especiais de países-membros da NATO,
nomeadamente da França, Estados Unidos, Reino Unido e da Letónia estão a operar
na Ucrânia.
Por enquanto a veracidade dos documentos
ainda não foi confirmada pelas agências de Estado e tampouco pela imprensa
norte-americana. Os respectivos departamentos insistem em não dar mais detalhes
a respeito do ocorrido.
Diversos altos funcionários acreditam que
o responsável trabalha dentro dos serviços de comunicação norte-americana, como
relatou Michael Mulroy, um ex-funcionário do Pentágono à Reuters. “O foco
agora é que isso seja uma fuga de informação dos Estados Unidos, já que muitos
dos documentos estavam apenas nas mãos dos Estados Unidos”, avançou.
Embora a investigação ainda esteja num
estágio inicial, as autoridades tampouco descartam a possibilidade de que
elementos pró-Rússia tenham orquestrado esta operação.
Estes documentos estão a gerar uma onda de
reacções por parte dos aliados dos Estados Unidos, que têm sido forçados a
negar as supostas informações que figuram nos documentos.
O serviço de inteligência de Israel, o
Mossad, divulgou neste Domingo (9) um comunicado para negar que a instituição
favoreceu as manifestações anti-Netanyahu, tal como referido nestes documentos.
No sábado à noite, o Ministério da Defesa
francês negou que houvesse soldados franceses na Ucrânia. "Não há
forças francesas envolvidas em operações na Ucrânia", disse o ministro
das Forças Armadas, Sébastien Lecornu. "Os documentos citados não
provêm dos exércitos franceses. Não comentamos os documentos cuja fonte é
incerta", avançou.
Kiev também teve de vir a público para
negar a autenticidade dos números de baixas e perda de material que figuram nos
documentos, que pesam negativamente para o lado ucraniano.
O governo sul-coreano disse neste Domingo
que está ciente de que novos documentos “sugerem que a inteligência
norte-americana espionava os seus aliados em Seul”, e que estão a planear
conversar com Washington. Porém, o governo preferiu não responder às alegações
de dois documentos, que apontam que a Coreia do Sul está preocupada com a
pressão exercida pelos Estados Unidos para que ajude a Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov,
negou, esta segunda-feira, as acusações de que a Rússia poderá estar por detrás
da divulgação dos documentos. Peskov acrescento que existe “uma tendência
para culpar a Rússia por tudo”. ANG/RFI
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