quinta-feira, 6 de abril de 2023

Etiópia/UA pede responsabilidade colectiva na prevenção de genocídios

Bissau, 06 Abr 3 (ANG) - A União Africana (UA) defendeu esta quinta-feira que o genocídio no Rwanda, que assinala sexta-feira o 29º aniversário, deve ser recordado como uma "responsabilidade colectiva" da comunidade internacional na prevenção de massacres semelhantes.

"Esta comemoração anual é uma ocasião importante para pagar homenagens individuais e colectivas às vítimas e recorda aos povos africanos e à comunidade internacional o valor da vida e da humanidade", escreveu a vice-presidente da Comissão da UA, Monique Nsanzabaganwa, na conta da organização no Twitter.

"É um momento para um compromisso com a responsabilidade colectiva de prevenir e combater a ideologia do genocídio e a sua negação", acrescentou.

O Presidente do Rwanda, Paul Kagame, deverá dirigir uma cerimónia em Kigali na sexta-feira para assinalar o início dos massacres de 1994.

O evento terá lugar no Memorial do Genocídio, na capital rwandesa, onde estão enterradas mais de 250 mil pessoas mortas durante os massacres.

Além disso, até 15 de Julho, o aniversário do momento em que os rebeldes rwandeses derrubaram o Governo que liderou o genocídio, numerosos eventos comemorativos conhecidos como Kwibuka ("Recordar", em Kiñarwanda) serão realizados em todo o país.

As tensões que desencadearam o genocídio remontam ao final do século XIX, quando os governos coloniais alemão e mais tarde belga separaram a população do Rwanda em dois grupos fechados: Os tutsis, que representavam 14%, e a maioria, hutu.

As tensões entre estes dois grupos, que em momentos diferentes da sua história tiveram mais ou menos privilégios graças à marginalização ou exploração do outro, levaram a uma guerra civil nos anos 90 entre o governo pró-Hutu Rwandês e os rebeldes da Frente Patriótica Rwandesa (RPF), liderada por Kagame.

Na noite de 06 de Abril de 1994, a queda do avião que transportava os então presidentes do RWanda, Juvénal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, matou os dois líderes e desencadeou um genocídio contra os tutsis.

Pelo menos 800 mil pessoas morreram no massacre, que durou cerca de 100 dias. 

ANG/Angop

 

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