Angola/Presidente
João Lourenço defende “solução negociada para o conflito” no Sudão
Bissau,09
Mai 23(ANG) - O Presidente angolano diz estar “muito preocupado” com a situação
“inesperada” que se vive no Sudão, em entrevista à France 24, e reitera que Angola quer encontrar “uma solução
negociada para o conflito”, considerando que esta é a “única saída” para o
país.
João Lourenço disse que manteve uma conversa com
o general Abdel Fattah al-Burhan, em Londres, tendo aproveitado a ocasião
para mostrar a preocupação de Angola em “querer encontrar uma solução para o conflito”.
“A
conversa foi boa. Ele agradeceu o facto de todos nós querermos encontrar uma
solução negociada para o conflito. Que é a única saída”,
explicou.
O Presidente angolano
referiu ainda que é urgente "pôr
fim aos combates, alcançar-se um cessar-fogo e negociar-se uma paz que
seja definitiva”, permitindo o “regresso
do grande número de sudaneses que, neste momento, estão na condição de
refugiados, nos países vizinhos”.
Questionado sobre o facto da
União Africana não ter conseguido, até agora, mediar este conflito, João
Lourenço reconheceu que “não
faltam esforços nesse sentido e que ninguém está de braços cruzados”.
“O
Sudão é membro da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, daí eu
ter tido a preocupação de ter falado com o Presidente Abdel Fattah. Sei,
igualmente, que quer o presidente da Comissão, quer o presidente em exercício
da União Africana- Presidente das Comores- todos eles se tem desdobrado
em esforços, no sentido de colocar os dois generais [Abdel Fattah al-Burhan e
Mohamed Hamdan Daglo] em contacto para negociarem a paz”,
admitiu.
O Presidente angolano
acrescentou que “não é por falta de
vontade em ver este conflito resolvido. Esse interesse existe, mas a paz não é
algo que se negoceia num dia”.
Mais de cem mil pessoas
fugiram do Sudão desde que começaram os confrontos entre o Exército e um grupo
paramilitar, a situação está a empurrar o país para uma guerra civil. Os
combates têm sido travados entre o Exército, liderado pelo general Abdel Fattah
al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido, chefiadas pelo general Mohamed Hamdan
Dagalo, conhecido por Hemedti.
Os dois chefes militares
eram aliados e estiveram lado a lado, quando o antigo Presidente sudanês, Omar
al-Bashir, foi derrubado, em 2019, no golpe militar que pôs fim a três
décadas de ditadura no Sudão. Dois anos depois, os militares afastaram o
governo interino civil que estava a lançar as bases para uma transição
democrática. Os combates no Sudão já provocaram 700 mortos e 5.000
feridos. Há mais de 300 mil deslocados e mais de 100 mil refugiados. ANG/RFI
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