Moscovo/ Kiev acusada de terrorismo após
declarações de chefe da 'secreta'
Bissau, 08 Mai 23 (ANG) – Moscovo acusou hoje
Kiev de patrocinar o terrorismo e organizar atos terroristas após o chefe dos
serviços secretos da Ucrânia, general Kyrylo Budanov, ter afirmado que os
ucranianos “continuarão a matar russos em qualquer parte do mundo”.
“Trata-se
de uma declaração monstruosa. Esta declaração, o que Budanov disse, é a
confirmação direta de que o regime de Kiev não só patrocina atividades
terroristas, como organiza diretamente essas atividades", disse hoje o
porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa.
Questionado
domingo por um órgão de comunicação social ocidental sobre o ataque de sábado
ao escritor nacionalista russo Zakhar Prilepin, o chefe dos serviços secretos
ucranianos foi contundente na resposta.
“Tudo
o que vou comentar é que temos matado russos e vamos continuar a matar russos
em todo o mundo até à vitória completa da Ucrânia"”, afirmou.
As
autoridades russas disseram que o suspeito da tentativa de assassínio de
Prilepin confessou estar às ordens de Kiev e criticaram o silêncio das
organizações internacionais.
Segundo
um comunicado do Comité de Investigação, o suspeito do atentado - identificado
como Alexander Permyakov, de origem ucraniana - confessou durante o
interrogatório que “agiu sob instruções dos serviços especiais ucranianos”.
O
carro de Prilepin explodiu na Rússia, ferindo-o e matando o seu motorista,
indicou a agência noticiosa estatal russa Tass, citando funcionários dos
serviços de emergência e da polícia.
Segundo
a agência AP, que se baseia na informação da Tass, o incidente que envolveu o
carro de Prilepin - um conhecido escritor nacionalista e fervoroso apoiante
daquilo a que o Kremlin chama uma "operação militar especial" na
Ucrânia - ocorreu na região de Nizhny Novgorod, cerca de 400 quilómetros a
leste de Moscovo.
Hoje,
as autoridades russas acusaram de terrorismo o suspeito do ataque contra
Prilepin, com o Comité de Investigação da Rússia a declarar, num
comunicado publicado no seu portal, que Permyakov "foi acusado de crimes
nos termos do artigo 205 [ato terrorista] e 222 [tráfico ilegal de armas] do
código penal russo".
Da
mesma forma, sublinhou que foi pedida “a sua prisão preventiva como medida
cautelar”.
Peskov,
nas palavras de hoje, sublinhou que as declarações de Boudanov revelam uma
"característica muito importante do regime de Kiev".
"Temos
serviços especiais que vão fazer tudo o que for necessário à luz destas
declarações", avisou o porta-voz do Kremlin, para quem o Ocidente não pode
deixar passar em branco as palavras do chefe dos serviços secretos militares
ucranianos.
“Vamos
hoje acompanhar de perto a reação das capitais europeias e também de Washington
- especialmente Washington -, porque é muito difícil imaginar que tais
declarações terroristas de Kiev possam passar sem condenação", disse Peskov.
Por
último, o porta-voz do Kremlin defendeu que as declarações de Boudanov
“confirmam mais uma vez que foi correta” a decisão do Presidente russo,
Vladimir Putin, de iniciar a operação militar especial na Ucrânia, a 24 de
fevereiro de 2022.
ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário