Inglaterra/ Boris Johnson proibido de entrar no parlamento
Bissau, 20 Jun 23 (ANG) - Os
deputados britânicos proibiram Boris Johnson de entrar no
Parlamento, validando em votação ontem à noite um relatório concluindo que o
antigo Primeiro-Ministro mentiu ao Parlamento sobre o "partygate",
escândalo que o obrigou a demitir-se em Julho do ano passado.
Com
354 votos a favor e apenas 7 contra sobre um total de 650 deputados, foi
amplamente aprovado pela Câmara dos Comuns o relatório parlamentar publicado no
passado dia 15 de Junho considerando que o antigo chefe do governo
britânico "induziu
a Câmara em erro sobre uma questão da maior importância para a Câmara e para o
público" e
isso "repetidamente".
Em
causa estava a sua participação e responsabilidade na organização de festas
clandestinas na sua residência oficial entre 2020 e 2021, em pleno confinamento
devido à pandemia.
Á luz
dessas conclusões, o relatório de 106 páginas recomendava
que Boris Johnson foi proibido de entrar em Westminster durante
90 dias, mas este último renunciou ao cargo.
Embora
esta votação parlamentar não tenha nenhum impacto concreto para os Britânicos,
ela representa uma humilhação para o antigo dirigente conservador que denunciou
uma "caça às
bruxas".
Ela faz igualmente emergir à luz do dia as
divisões no seio do campo dos conservadores. O actual
Primeiro-ministro Rishi Sunak, rival de Bo-Jo no partido, optou
por não comparecer na votação, alegando não querer "influenciar" o
voto, enquanto uma das suas
antecessoras, Theresa May preconizava abertamente que se
validasse o relatório de modo a "contribuir para restaurar a confiança na
democracia parlamentar".
Paralelamente, de acordo com uma recente
sondagem, 69% dos inquiridos e 51% dos conservadores, consideram
que Bo-Jo mentiu sobre o "Partygate".
Ainda no passado domingo, numa enésima
réplica do escândalo, o jornal ‘The Mirror’ publicou um novo vídeo
mostrando membros do partido conservador a dançar numa festa durante a
pandemia, em total desrespeito das regras de distanciamento físico então em
vigor, o que suscitou uma nova onda de reprovação.
ANG/RFI
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