Sudão/ Combates regressam a Cartum após cessar-fogo de 72 horas
Bissau, 21 Jun 23(ANG) -
O exército e os paramilitares que lutam
pelo poder no Sudão retomaram hoje, quarta-feira, os combates, assim que
terminou o cessar-fogo de 72 horas mantido em Cartum, relataram testemunhas à
Agência France Presse (AFP).
Os moradores de Cartum
foram acordados por tiros de artilharia e barulho de combates, minutos após o
fim da trégua de 72 horas, que começou às 06h00 locais (05h00 em Angola) de
domingo, explicaram as testemunhas.
Omdurman, subúrbio a
norte da capital do país, foi alvo de "bombardeios de artilharia" e
"combates", enquanto "aviões de combate" sobrevoavam outras
áreas próximas, acrescentaram.
O exército, comandado
pelo general Abdel Fattah al-Burhane, e os paramilitares das Forças de Apoio
Rápido, do general Mohamed Hamdane Daglo, aceitaram o cessar-fogo para permitir
a passagem de ajuda humanitária por este país da África Oriental.
Na noite de terça-feira,
o último dia da trégua, um grande incêndio atingiu o quartel-general dos
serviços de inteligência na capital.
As Forças de Apoio
Rápido "bombardearam o prédio", violando a trégua, assegurou à AFP
uma fonte do exército.
Por sua vez, fonte
destas forças contrapuseram que foi um “drone” do exército que bombardeou o
prédio onde as tropas das forças estavam reunidas, causando o incêndio e a
destruição parcial do quartel-general da inteligência".
As tréguas anteriores
tinham sido violadas assim que entraram em vigor.
Desde 15 de Abril, a
guerra já matou mais de duas mil pessoas, segundo a organização
não-governamental ACLED, e mais de 2,5 milhões de deslocados e refugiados,
segundo a ONU.
A comunidade internacional,
reunida em Genebra, prometeu segunda-feira 1,5 mil milhões de dólares em ajuda,
metade das necessidades apresentadas pelas agências humanitárias.
Segundo a ONU, 25 dos 48
milhões de sudaneses não conseguem sobreviver sem ajuda humanitária.
Na terça-feira, o alto
comissário das Nações Unidas para os Refugiados revelou que mais de 500 mil
pessoas fugiram dos combates no Sudão para o estrangeiro. ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário