Sudão/
Violentos combates e dimensão étnica preocupam ONU
Bissau,29
jun 23(ANG) - Os combates foram violentos em Cartum na terça-feira, 27 de
Junho, entre as forças armadas e as forças paramilitares de Apoio Rápido,
durante o período da festa muçulmana, Eid al-Adha.
Na
capital sudanesa, os combates entre as forças armadas,
lideradas por Abdel Fattah al-Burhan, e as Forças paramilitares de Apoio Rápido, chefiadas por Mohamed
Hamdan Dagalo, conhecido por “Hemedti”, estão principalmente localizados nas bases militares.
As Forças paramilitares de
Apoio Rápido ocupam bairros residenciais e as forças armadas não conseguiram
desalojar os adversários, isto apesar de controlarem o espaço aéreo.
Há
vários dias que as Forças paramilitares de Apoio Rápido tentam apoderar-se das
últimas bases militares da capital, elas que já ocupam o
quartel general da polícia na cidade. Os homens de Mohamed Hamdan Dagalo têm
agora acesso a um armamento importante para alcançar o principal objectivo: controlar a capital do país.
De notar que, apesar dos
combates, milhões de pessoas ainda
estão em Cartum apesar dos confrontos armados.
Os dois líderes abordaram a
situação na terça-feira, durante o período da festa muçulmana do Eid al-Adha.
O
general Abdel Fattah al-Burhan apelou a todos os jovens sudaneses a ingressarem
nas forças armadas do país.
Quanto
a Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido por “Hemedti”, preferiu responder à ONU e à Troika -
composta por Noruega, Estados Unidos e Grã-bretanha - que afirmaram haver crimes contra a
humanidade na guerra, e crimes étnicos no Darfur com responsabilidades
atribuídas essencialmente às Forças paramilitares de Apoio Rápido e
aos seus aliados.
Para
o líder dessa força, haverá inquéritos e aqueles que cometeram crimes vão ser
investigados, como já tem acontecido com certos membros
indisciplinados das forças paramilitares que estão já a ser julgados.
De notar que Abdel Fattah al-Burhan, líder das forças
armadas, denunciou um genocídio contra as etnias não árabes no Darfur.
Recorde-se que na
terça-feira, relatos de
assassinatos arbitrários de minorias não-árabes na região do Darfur foram
denunciados e recolhidos pela ONU.
Em
2003, sob a ditadura de Omar al-Bashir, as milícias árabes, os Janjawids, e os
confrontos que se seguiram terão feito 300 mil mortos. Um
dos Janjawids mais conhecido é Mohamed Hamdan Dagalo, líder agora das Forças
paramilitares de Apoio Rápido.
Relatos
confirmados por médicos no Chade, onde chegaram os
refugiados, constataram que
feridos foram visados e não foram balas perdidas que atingiram essas pessoas.
A conselheira especial da
ONU no que diz respeito à prevenção dos genocídios, Alice Nderitu, está preocupada nestes casos
que se aproximam cada vez mais de uma campanha de violações, de assassinatos e
de limpeza étnica no Sudão.
De notar que o Tribunal
Penal Internacional ainda está a investigar crimes cometidos no Darfur no
início dos anos 2000 ‘sem data de fim definida’ segundo Emma DiNapoli,
advogada em direito internacional humanitário. No entanto, as pessoas julgadas
pelo TPI, nos casos de 2003, nunca foram entregues à justiça internacional por
Cartum e muitos até já conseguiram fugir das prisões onde estavam. ANG/RFI
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