Bruxelas/ONU espera que acordo dos cereais continue pois "o mundo precisa dele”
Bissau, 20 Jul 23 (ANG) – O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse hoje esperar que o acordo de exportação de cereais pelo Mar Negro, suspenso pela Rússia, seja em breve retomado, “porque o mundo precisa dele”.
Durante
um debate com a subcomissão dos Direitos Humanos e a comissão das Liberdades
Cívicas do Parlamento Europeu, em Bruxelas, o responsável da ONU disse esperar
que a suspensão da Iniciativa de Cereais do Mar Negro seja apenas “um revés
temporário”, e sublinhou o empenho do secretário-geral da organização, António
Guterres, para tornar possível a exportação de cereais ucranianos e de
fertilizantes e de produtos alimentares russos, apesar da guerra em curso entre
Kiev e Moscovo.
“Posso
garantir-vos uma coisa, porque vi isso quando ainda estava [a trabalhar] com o
secretário-geral em Nova Iorque: o secretário-geral, penso eu, não deixou uma
única pedra por virar para conseguir este acordo no ano passado, e estou certo
de que nos últimos meses fez exatamente o mesmo”, declarou Turk, que antes de
ser nomeado, no final do ano passado, para o cargo de alto-comissário da ONU
para os Direitos Humanos, foi subsecretário-geral para a política no gabinete
executivo de António Guterres.
“Espero
que se trate apenas de um revés temporário e que a Iniciativa do Mar Negro
continue a concretizar-se, porque o mundo precisa dela”, frisou.
Na
passada segunda-feira, a Rússia anunciou que ia suspender o acordo de
exportação de cereais pelo Mar Negro a partir de portos ucranianos,
argumentando que os compromissos assumidos em relação à parte russa não foram
cumpridos.
A
Iniciativa de Cereais do Mar Negro, envolvendo Rússia, Ucrânia, Turquia e
Nações Unidas, entrou em vigor há cerca de um ano, tendo sido uma forte aposta
de Guterres, e permitiu escoar desde então quase 33 milhões de toneladas de
produtos alimentares que estavam retidos nos portos e silos ucranianos.
A
ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do
ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança
mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
ANG/Lusa
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