Lituânia/França vai entregar à Ucrânia
mísseis de longo alcance 'Scalp'
Bissau, 11 Jul 23 (ANG) – O Presidente francês,
Emmanuel Macron, anunciou hoje, no primeiro dia da cimeira da NATO, que a
França vai entregar à Ucrânia mísseis de longo alcance 'Scalp', decisão já
criticada pelo Kremlin, que ameaçou tomar “contra medidas”.
"Decidimos
entregar novos mísseis que permitirão à Ucrânia um ataque com maior
profundidade", disse Macron à chegada à cimeira da Organização do Tratado
do Atlântico Norte (NATO), em Vílnius, na Lituânia, sem adiantar quantos serão
encaminhados para Kiev.
“O
que é importante para nós hoje é enviar uma mensagem de apoio à Ucrânia, de
unidade da NATO e de determinação de que a Rússia não pode e não deve ganhar
esta guerra", acrescentou.
O
míssil de cruzeiro ‘Storm Shadow’, desenvolvido conjuntamente pelo Reino Unido
e pela França e denominado 'Scalp' pelo exército francês, é lançado a
partir o ar, tendo um alcance de mais de 250 quilómetros, mais do que qualquer
outra arma fornecida a Kiev pelos países ocidentais.
Com o
seu longo alcance, estes mísseis são capazes de atingir áreas no leste da Ucrânia
controladas pelas forças russas.
Em
maio, o Reino Unido foi o primeiro país a anunciar que estava a enviar mísseis
de longo alcance para a Ucrânia. Poucos dias depois, a Rússia afirmou ter
intercetado um ‘Storm Shadow’ no âmbito do conflito na Ucrânia.
“[Os
mísseis ‘Scalp’] serão entregues mantendo a clareza e a coerência da nossa
doutrina, ou seja, para permitir à Ucrânia defender o seu território",
explicou Macron, excluindo implicitamente qualquer utilização para atacar a
Rússia.
Segundo
a revista especializada Défense et Sécurité Internationale, a França tem
"menos de 400" destes mísseis.
O
Presidente francês também se "congratulou" com o acordo alcançado com
a Turquia para finalizar a adesão da Suécia à NATO.
Em
Moscovo, através do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a presidência russa
considerou que o envio dos mísseis franceses para Kiev “é um erro” que vai
obrigar a Rússia a tomar “contra medidas” no conflito com a Ucrânia.
"Do
nosso ponto de vista, trata-se de uma decisão errada com consequências graves
para a Ucrânia, porque naturalmente nos obrigará a tomar contra medidas",
afirmou Peskov aos jornalistas.
A
cimeira da NATO, que começou hoje na Lituânia, está centrada no apoio à Ucrânia
contra a invasão russa e na adesão da Suécia à Aliança Atlântica, bem como no
reforço dos meios militares dos aliados contra futuras ameaças.
O
reforço das capacidades de dissuasão e defesa da Aliança é um dos principais
temas da cimeira, que junta os 31 atuais membros para analisar uma revisão do
modelo de organização militar e novos planos regionais - um plano cuja
relevância foi fortalecida pela invasão russa da Ucrânia iniciada em fevereiro
do ano passado.
A
cimeira servirá para discutir ainda o reforço do investimento dos aliados, para
dar resposta a este plano, bem como para suprir as necessidades da Ucrânia no
seu esforço de guerra. ANG/Lusa
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