RCA/Novo grupo de mercenários Wagner chega ao país antes do referendo de
domingo
Bissau, 28 jul 23 (ANG) - Um
novo grupo de mercenários russos do grupo Wagner chegou hoje à República
Centro-Africana(RCA), dois dias antes do referendo de domingo, escreve a
Comunidade de Oficiais para a Segurança Internacional (COSI) numa mensagem no
Telegram.
"No âmbito de uma
rotação programada, um outro avião com os nossos instrutores chegou à República
Centro-Africana", declarou COSI no Telegram, citada pela agência francesa
de notícias, a France-Presse (AFP).
"Isto mostra que todos
os rumores sobre uma retirada das nossas forças da RCA são infundados; durante
algum tempo, a rotação foi dificultada, mas agora estão a chegar novas tropas
ao país", acrescentou a organização na mensagem citada pela AFP, sem
especificar por que razão as rotações tinham sido dificultadas.
"Os instrutores da COSI
e os combatentes experientes da Wagner estão prontos para apoiar o governo da
República com todo o seu empenhamento, tanto nas missões em curso como para
garantir a segurança do próximo referendo", acrescentou a COSI,
referindo-se à votação popular sobre a implementação de uma nova Constituição
que permitirá ao atual Presidente candidatar-se a um terceiro mandato.
Segundo os Estados Unidos, a
COSI é uma empresa de fachada do grupo Wagner na República Centro-Africana.
A 16 de julho, esta
organização anunciou a chegada a Bangui de várias centenas de
"experientes" combatentes do grupo Wagner para "garantir a
segurança" antes do referendo de 30 de julho.
O estatuto da empresa de
Yevgeny Prigozhin e a continuação das suas operações suscitaram questões após o
seu motim abortado na Rússia em 23 e 24 de junho.
No entanto, as suas
intervenções no estrangeiro, nomeadamente na Síria e em vários países
africanos, como o Sudão, a República Centro-Africana e o Mali) não foram
publicamente postas em causa.
Logo que foi anunciado o fim
do motim, Bangui declarou que as atividades de Wagner "continuariam".
O referendo de domingo vai
permitir ao atual Presidente candidatar-se a um novo mandato.
Faustin Touadéra foi eleito
em 2016 e depois reeleito em 2020, embora menos de um em cada três eleitores
tenha podido ir às urnas por razões de segurança.
No final de maio, Touadéra
anunciou a realização de um referendo sobre uma nova Constituição, marcado para
30 de julho, e foi acusado pela oposição e pelos rebeldes de pretender
continuar a ser "Presidente vitalício" do segundo país menos
desenvolvido do mundo, candidatando-se à reeleição em 2025, segundo a ONU.
"Não haverá um terceiro
mandato, mas os contadores serão repostos a zero" com uma nova
Constituição, "e haverá um novo mandato a que qualquer pessoa se poderá
candidatar, incluindo o Presidente Touadéra, se assim o desejar", disse
Fidèle Gouandjika, ministro especial e conselheiro do Presidente, citado pela
agência France-Presse, imediatamente após o anúncio do referendoANG/Lusa
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