Brasil/PGR pede 30 anos de prisão para acusados dos ataques em Brasília
Bissau, 08 Ago 23(ANG) – A Procuradoria-Geral da República (PGR) do Brasil pediu hoje 30 anos de prisão para os primeiros 40 acusados da participação nos ataques às sedes dos três poderes em Brasília no dia 08 de janeiro.
“A pena a ser aplicada aos acusados
deve ser exemplar por se tratar de crimes graves praticados em contexto
multitudinário que visavam implantar um regime autoritário no lugar de um
governo legitimamente eleito”, frisou em comunicado o coordenador do Grupo
Estratégico da PGR de Combate aos Atos Antidemocráticos, Carlos Frederico
Santos.
Os primeiros 40 acusados respondem por
cinco crimes: associação criminosa armada, abolição violenta do Estado
Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e
grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o património da União
e com considerável prejuízo para a vítima e de deterioração de património
tombado.
No documento enviado ao Supremo
Tribunal Federal do Brasil, a PGR denuncia que “o propósito criminoso era
plenamente difundido e conhecido”, referindo-se à intenção dos radicais de
fazer um golpe de Estado para retirar Lula da Silva da presidência que ocupava
desde 01 de janeiro de 2023.
O Supremo Tribunal Federal já aceitou
a investigação a 1.290 pessoas, a maioria das quais esteve diretamente
envolvida nos violentos acontecimentos de 08 de janeiro, quando milhares de
radicais invadiram simultaneamente as instalações da presidência, do parlamento
e do tribunal.
A maioria dos participantes no ataque
era ideologicamente alinhada com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi
derrotado por Lula da Sila nas eleições de outubro e cujo resultado se recusou
a reconhecer.
O Supremo Tribunal Federal ainda está
a investigar estes factos, e tem entre os investigados o próprio ex-presidente
Jair Bolsonaro, suspeito de ter incentivado a revolta ao negar a vitória de
Lula da Silva e semear dúvidas sobre a transparência do processo eleitoral.
No final de junho, a justiça eleitoral
condenou Jair Bolsonaro à ineligibilidade para os próximos oito anos por
ataques ao sistema eleitoral brasileiro durante uma reunião com embaixadores
estrangeiros. ANG/Inforpress/Lusa
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