terça-feira, 1 de agosto de 2023


Senegal
/ Manifestações contra detenção de Ousmane Sonko terminam em mortes

Bissau, 01 Ago 23 (ANG) O governo senegalês decidiu dissolver o partido de Ousmane Sonko, principal opositor do Presidente Macky Sall e o autarca da cidade de Zinguichor, na região da Casamansa,  voltou a ser detido pelas autoridades de Dacar na segunda-feira, após ser indiciado por “incitação à insurreição e conspiração contra o Estado no sábado.

Protestos eclodiram em Zinguichor na sequência da sua detenção, deixando dois mortos e diversos manifestantes feridos.

Estima-se que uma terceira pessoa teria perdido a vida em Pikine, na região de Dacar.

Múltiplas manifestações eclodiram na capital Dacar, mas também em Zinguichor, cidade da região de Casamansa onde o opositor é autarca. Em Zinguichor particularmente, pelo menos duas pessoas morreram durante os confrontos com a polícia, e os manifestantes ergueram barricadas nas principais vias da cidade. Em Dacar, os protestos seguiram a mesma dinâmica, com manifestantes a queimarem pneus e pontos de barragem montados pela polícia.

Menos de duas horas após ser indiciado pela justiça, o ministro do Interior, Antoine Diome, anunciou em um comunicado à imprensa a dissolução do partido de oposição Patriotas africanos do Senegal pelo trabalho, a ética e a fraternidade (Pastef), liderado por Ousmane Sonko. No documento as autoridades justificam a decisão por seus frequentes apelos a movimentos de insurreição e conspiração contra o Estado”, que resultaram em diversas mortes em Março de 2021 e Junho de 2023, mas também por actos de saque à propriedade pública e privada”.

Em resposta a esta acusação, Ousseynou Ly, da comunicação do partido, disse que esta decisão é infundada por não obedecer a “nenhuma lógica democrática”.

Estes acontecimentos aumentam a tensão vivida naquele país africano, submergido numa tensão política que dura há anos, opondo principalmente o Presidente Macky Sall e o seu maior opositor, Ousmane Sonko.

Refira-se que Sonko enfrenta diversos processos na justiça senegalesa. Em Maio o opositor foi condenado a seis meses de prisão após ser julgado por “difamação e injúria pública contra o ministro do turismo”, numa acusação que quase o tornou inelegível para as eleições de 2024. Em Junho, foi condenado a dois anos de prisão por “corrupção”, parte do processo que sofria ao ser acusado de violação e ameaças de morte, tendo sido absolvido destas duas acusações. Posteriormente, foi detido na passada sexta-feira por alegado “roubo de um telemóvel às forças de segurança”, e indiciado na segunda-feira por “incitação à rebelião”.ANG/RFI

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