Cabo Verde/Coordenadora do projeto Terra África defende que jornalistas estão no coração das mudanças na sociedade
Bissau,06 Set 23(ANG) – A coordenadora do projeto Terra África, Tamara Villarins, defendeu terça-feira que os jornalistas se encontram no coração das mudanças na sociedade e, principalmente, na questão das mudanças climáticas.
Tamara
Villarins fez esta consideração em entrevista à Inforpress, no decorrer de uma formação
em “jornalismo de soluções” que está a ser ministrada na cidade da Praia aos
jornalistas dos mídias beneficiários do projeto em Cabo Verde.
Segundo
a mesma fonte, o projeto é financiado pela agência Francesa de Desenvolvimento
de Mídias – CFI, cujo lançamento foi feito em Abidjan, Costa do Marfim, em
Dezembro de 2022, e tem como objetivo apoiar o jornalismo ambiental, em Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Guiné Conakry e Senegal.
“O
projeto apoia os jornalistas beneficiários a fazer o tratamento transversal das
questões ambientais, na produção de conteúdos que valorizam a busca por
soluções e estimulam o envolvimento político e cidadão”, realçou Tamara
Villarins.
Formada
em geografia e geopolítica dos países emergentes, Tamara Villarins disse que este
projeto está voltado para o fomento das ações sustentáveis na luta contra as
alterações climáticas, pelas mídias que têm um “papel importante no
desenvolvimento da cidadania ambiental individual e coletiva”.
Villarins
sustentou ainda que as questões climáticas têm sido tratadas de maneira
transversal há já algum tempo, e por saber que há lacunas em relação à forma
como são tratados estes assuntos por parte das mídias e por isso, o projeto
está a trabalhar na capacitação dos profissionais.
Quanto
à ação de capacitação em jornalismo de soluções, esta coordenadora explicou que
o objetivo é “dar foco às soluções e às iniciativas sociais para problemas que
existem”.
Com o
jornalismo de soluções, sublinhou que é possível dar foco mais às soluções,
informar sobre o que a população local está a fazer.
Entretanto,
reconheceu que na questão das mudanças climáticas não se pode agir de forma
solitária, só num país, pois é preciso trabalhar em conjunto, mas o que se sabe
é que alguns territórios são muito mais impactados do que outros.
Por
isso, o projeto está a trabalhar nestes países beneficiários e os jornalistas
capacitados vão dar foco e voz a população. É que muitas vezes não se dá conta
de que a população já tem a solução para um problema, por falta de comunicação
ou de meios para comunicar e compartilhar a informação de como solucionou este
problema, mas o jornalismo de soluções vai permitir essa “proximidade” com a
sociedade.
Segundo
a coordenadora, foram selecionadas quatro mídias por cada um dos países
contemplados com o projeto, num total de 20 mídias que estão a participar em
ações de formação presenciais e online permitindo-lhes alcançar uma nova visão
e ou melhorar a cobertura jornalística das matérias à volta das alterações
climáticas, nos países contemplados.
As
mídias já beneficiaram de uma formação em jornalismo ambiental, uma
formação online sobre o género e as mudanças climáticas, pois,
reforçou que é do conhecimento de todos que “as mulheres e as crianças são as
mais impactadas de forma geral pelas mudanças climáticas que os homens”.
A
formação, que se iniciou no dia 04 de Setembro, vai decorrer até o próximo dia
08, com uma programação vasta, desde sessões com especialista em jornalismo e
comunicação digital, biólogos, ambientalistas, visitas de campo e produção
prática de conteúdos.
Para
dar seguimento ao projeto, os jornalistas vão beneficiar de uma mentoria em
jornalismo de soluções, onde haverá produções e divulgação daquilo que a
população faz, mais duas formações em verificação da informação, realçando que
as “fake news” englobam também as questões climáticas e é preciso lutar
contra isso e o papel do jornalista é central nesta luta, entre outros
seguimentos, relembrando que a duração do projeto é de 24 meses, ou seja, até
Novembro de 2024. ANG/Inforpress
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