Diplomacia/ “Procuro novos desafios internacionais”, diz ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau
Bissau, 06 Set 23 (ANG) – A
ex-ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das
Comunidades guineense afirma estar a procura de novos desafios internacionais,
e diz que, a nível interno já deu o seu
melhor.
Suzi Barbosa disse que, para
ela, agora, é o momento de apostar a nível internacional e também para mostrar
que a Guiné-Bissau, apesar de ser um pequeno país, tem capacidade para dirigir
uma organização tão complexa como a União Africana. Até porque até à data não
houve nenhum presidente da Comissão que fosse lusófono.
“É um desafio. Só houve uma
mulher e acho que é a oportunidade de eu também entrar nessa corrida e
demonstrar a nossa capacidade”, frisou.
Questionada se o apoio dos
países africanos lusófonos é importante, Barbosa respondeu que sim,
justificando que esta é uma candidatura que tem o pleno apoio do Presidente da
República, que é um diplomata de excelência, com uma capacidade de alcance
muito grande que demonstrou nos últimos três anos.
Suzi Barbosa salientou ainda
que a Guiné-Bissau, nos últimos anos
como país, praticamente, não tinha
atividade internacional, acrescentando que o país recebeu 23 chefes de Estado e
acima de 20 ministros dos Negócios Estrangeiros, para além das visitas oficiais
que o Presidente da República guineense fez a vários países que foram inéditas.
“Isso permitiu que ele
tivesse contactos muito importantes para este tipo de candidatura. Penso que
tudo isso vai contribuir, sem dúvida, para facilitar ou ajudar a candidatura da
Guiné-Bissau à presidência da Comissão da União Africana”, sustenta.
Instada
a dizer se o alcance da influência do Sissoco Embaló vai além dos países
lusófonos, Suzi afirmou que sim, sustentando que o Umaro
Sissoco Embaló é uma pessoa que não só tem influência nos países lusófonos
como, sobretudo, nos países francófonos e a nível do continente africano, um
grande impacto em praticamente todos os países, pelo facto de ter convivido e
trabalhado com vários dirigentes no passado antes de ser Presidente da
República .
“Também a forma como
demonstrou que faz a diplomacia permitiu que tivesse essa influência a nível
internacional, que lhe permitirá e facilitará o lóbi para a Guiné-Bissau chegar
à presidência da Comissãoda UA”, revelou Suzi.
Antiga ministra dos Negócios
Estrageiros, nasceu em Bafatá, Leste do
país, mas fez toda a sua educação em Portugal onde estudou Relações
Internacionais na Universidade de Lisboa.
Questionada
se essa sua experiência de vida em Portugal, o facto de conhecer bem a Europa,
pode ser uma mais-valia para a União Africana, Suzi Carla Barbosa disse
acreditar que sim, sublinhando que o facto de conhecer novas
culturas enriquece sempre a “nossa experiência”.
“Eu
vivi 30 anos na Europa, onde fiz toda a minha formação escolar e académica e,
depois, também trabalhei. Portanto, acho que essa experiência pode enriquecer
de certa forma, acredito que sim”,frisou.
De
acordo com a diplomata, a outra coisa que as pessoas têm de ter
em conta é que as democracias africanas não têm de ser uma cópia das democracias
europeias ou ocidentais, defendendo a ideia de ter uma democracia adaptada à
realidade africana.
“Muitas vezes as coisas não
funcionam porque tentamos implementar um modelo que não é o adequado à nossa
realidade. Acho que um bom político é aquele que é capaz de fazer uma análise
sobre qual o modelo adequado da política ou da gestão para o seu país. Isso é
fundamental e talvez assim se evitem situações de desagrado ou de insatisfação
por parte da população”, realçou Suzi Carla Barbosa. ANG/DMG/ÂC//SG
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