Guatemala/Manifestação de rua contra “golpe de Estado” denunciado por Presidente eleito
Bissau, 04 Set 23 (ANG) – Cerca de
4.000 guatemaltecos manifestaram-se no sábado contra o “golpe de Estado”
denunciado pelo Presidente eleito, Bernardo Arévalo de León, que acusa a
Procuradoria-Geral de levar a cabo um plano para impedir que tome posse em
Janeiro.
Gritando “Fora golpistas!”, a maioria
dos manifestantes exigiu a demissão da procuradora-geral, Consuelo Porras.
A manifestação ocorreu depois de
Arévalo, eleito à segunda volta das eleições presidenciais, realizada a 20 de
Agosto, ter advertido na sexta-feira publicamente de que estava em curso “um
golpe de Estado” contra ele, para impedir que assuma a Presidência da República
no próximo dia 14 de Janeiro.
Em algumas faixas, liam-se palavras
como “Se não houver reformas, haverá revolução” e “O meu voto é para
respeitar”, enquanto outras tinham como alvo Consuelo Porras e também Alejandro
Giammattei.
Bernardo Arévalo apontou na
sexta-feira, numa conferência de imprensa, Consuelo Porras como uma das
principais promotoras do referido “golpe de Estado”, juntamente com o
procurador Rafael Curruchiche, a Junta Directiva do Congresso, um juiz criminal
e “outros actores corruptos”.
A denúncia do Presidente eleito, do
partido social-democrata Movimento Semente, surge na mesma semana em que a
Junta Directiva do Congresso, presidida pelo partido no poder, o Vamos, de
Giammattei, suspendeu o seu partido político.
Também esta semana, o Registo de
Cidadãos do Supremo Tribunal Eleitoral suspendeu o Movimento Semente de forma
provisória e, em ambos os casos, foi por ordem do juiz criminal Fredy Orellana,
a pedido do Ministério Público que Consuelo Porras dirige.
A manifestação deste sábado foi
convocada por vários sectores da sociedade, na maioria associações que
pretendem que seja respeitada a votação nas eleições gerais de 25 de Junho e da
segunda volta das presidenciais, a 20 de Agosto, da qual Bernardo Arévalo saiu
vencedor.
De forma independente, o filho do
antigo presidente Álvaro Arzú Irigoyen (1996-2000), Roberto Arzú
García-Granados, convocou também para sábado uma manifestação dos seus
apoiantes contra as actuais autoridades.
Arzú García-Granados, cuja candidatura
eleitoral foi suspensa “ilegalmente”, na sua opinião, durante a corrida
eleitoral, afirmou há algumas semanas que existia um plano para impedir a
tomada de posse de Bernardo Arévalo.
Segundo a mesma fonte, a estratégia
para não investir o Presidente eleito consistiria em confirmar a suspensão do
seu partido e criar, assim, as condições para que Giammattei entregasse o poder
ao Congresso, onde o seu partido, Vamos, detém a maioria.
Por seu lado, o Ministério Público
negou no sábado as acusações feitas na sexta-feira pelo académico e sociólogo
de 64 anos que venceu as eleições pelo partido Movimento Semente.
A cerimónia de posse do novo chefe de
Estado da Guatemala está agendada para 14 de Janeiro de 2024, para um mandato
de quatro anos, o primeiro na história do país com um Governo social-democrata.
ANG/Inforpress/Lusa
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