segunda-feira, 30 de outubro de 2023

   Guerra no Médio Oriente/Tanques Israelitas às portas da cidade de Gaza

Bissau,30 Out 23(ANG) - Há tanques israelitas nos arredores da cidade de Gaza, avançam agências de notícias internacionais, que citam testemunhas oculares que relatam veículos a bloquear a principal estrada que liga o norte ao sul do enclave palestiniano.

O grupo islâmico Hamas diz manter a capacidade de resposta para dificultar a progressão do exército israelita em Gaza.

Passaram 48 horas desde que o exército israelita lançou – depois de preparativos e de espera de várias semanas – uma operação militar na Faixa de Gaza. A intenção é a de “destruir” o grupo islâmico Hamas, como lembrou na sexta-feira, pouco antes de ser lançada esta operação terrestre, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant.

Tanques israelitas entraram esta segunda-feira, 30 de Outubro, nos arredores da cidade de Gaza. Estes tanques estão a bloquear a estrada de Salahedine, que liga o norte ao sul da Faixa de Gaza, descrevem testemunhas à agência francesa AFP. “Eles cortaram a estrada Salahedine (que liga o norte ao sul) e estão a atacar qualquer veículo que passe por lá”, acrescenta.

As forças israelitas não enviaram divisões inteiras para atacar o enclave, onde os combatentes do Hamas aguardam pelo exército israelita. O grupo islâmico garante manter a capacidade de resposta para dificultar a progressão de Israel. Estima-se que o Hamas tenha cerca de 30 mil homens, reforçados por voluntários, e  alguns milhares da Jihad Islâmica.

Em Gaza, Rami, pai de três filhos, acredita que só um milagre poderia acabar com o desespero que sente; “pensam que Gaza é a maior prisão a céu aberto do mundo? Não. É a mais pequena prisão que existe por ser o local mais densamente povoado. O nosso território está agora reduzido, uma vez que o exército israelita vai ocupar o norte de Gaza. É a mesma população, mas com metade do espaço. Precisaríamos de um milagre para superar tudo isso”, conta à RFI.

Como muitos habitantes de Gaza, Rami diz ter escrito o número de telefone e os nomes no corpo dos filhos “para que possam ser identificados em caso de ataque”.

A maior coluna de ajuda humanitária desde o início da guerra entre Israel e o Hamas chegou a Gaza este domingo. Ao todo 33 camiões entraram pela única entrada para Gaza na fronteira com o Egipto. As organizações internacionais de ajuda humanitária afirmam que a entrada de camiões, com medicamentos e alimentos para  a população civil na Faixa de Gaza, continua a não ser suficiente.

Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), antes do início da guerra entre Israel e o Hamas, 300 a 500 camiões entravam todos os dias em Gaza para ajudar a população. Desde dia 20, foram autorizados a entrar no enclave 118 caminhões. “Uma resposta inadequada às necessidades crescentes de Gaza”, afirma a MSF.

As Nações Unidas alertaram esta segunda-feira que durante o fim-de-semana, Israel bombardeou os arredores de três hospitais de Gaza, incluindo o mais importante do enclave, Al-Shifa, onde estão milhares de pacientes e deslocados internos.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram esta segunda-feira que, nos últimos dias, mais de 600 alvos foram atacados na Faixa de Gaza. Entre os alvos atacados estão depósitos de armas, áreas de lançamento de mísseis, esconderijos e locais de preparação utilizados pelo Hamas. 

O ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou que o número de mortos ultrapassa os 8.000, sendo a maioria mulheres e crianças. À medida que os tanques e as forças israelitas prosseguem - no que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, chamou de "segunda fase" da guerra desencadeada pelo ataque do 7 de Outubro - o número de vítimas aumenta e já representa um valor sem precedentes em décadas de violência entre Israel e a Palestina. Mais de 1.400 pessoas perderam a vida no lado israelita, principalmente durante o ataque de 7 de Outubro.ANG/RFI

 

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