Dissolução do parlamento/Primeiro-ministro continua em funções e acumula
Finanças
Bissau,05 Dez 23(ANG) - O primeiro-ministro,
Geraldo Martins, continua em funções com "plenos poderes" e acumula a
pasta das Finanças, por decisão do Presidente da República, que segunda-feira
comunicou a dissolução do parlamento.
O chefe de Estado guineense,
Umaro Sissoco Embaló, anunciou, numa breve declaração aos jornalistas, à saída
do Conselho de Ministros, que renovou a "confiança ao primeiro-ministro do
Governo cessante até a formação do novo Governo".
O Presidente indicou que
informou o primeiro-ministro de que "tem plenos poderes para exercer as
suas funções, que vai acumular com as do Ministro das Finanças e [do]
secretário de Estado do Tesouro".
Geraldo Martins passa a
assumir as pastas do ministro Suleimane Seidi e do secretário de Estado António
Monteiro, que se encontram em prisão preventiva.
A prisão dos dois
governantes foi decretada na quinta-feira pelo Ministério Público, no âmbito de
um processo de pagamento do equivalente a cerca de nove milhões de euros a 11
empresas e desencadeou confrontos armados na madrugada e manhã de sexta-feira,
entre a guarda da Presidência e a Guarda Nacional, depois desta ter ido buscar
os governantes às celas da Polícia Judiciária.
Os acontecimentos foram
considerados um golpe de Estado pelo Presidente da República, que decidiu
dissolver o parlamento com a justificação de que este órgão defendeu os
governantes suspeitos em vez dos interesses do Estado.
Sissoco Embaló anunciou
agora que mantém em funções o primeiro-ministro Geraldo Martins, ressalvando:
"renovar confiança não significa que o renomeei".
Neste executivo de
iniciativa presidencial, que estará em funções até novas eleições, ainda sem
data anunciada, o Presidente da República fica com as funções de ministro da
Defesa e do Interior, com a tutela das Forças Armadas.
O chefe de Estado indicou
ainda que a pasta dos Negócios Estrangeiros se mantém com o atual ministro
Carlos Pinto Pereira.
Umaro Sissoco Embaló disse
ainda que o primeiro-ministro é que irá ditar que tipo de Governo a
Guiné-Bissau vai ter.
A coligação PAI- Terra Ranka
ganhou as legislativas de junho último, com maioria parlamentar e constituiu
Governo.
A coligação é liderada pelo
Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), cujo
presidente, Domingos Simões Pereira, é o lider do parlamento, estando o partido
que apoia Sissoco Embaló, o Madem G15, na oposição.ANG/Lusa
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