Política/Membro do Bureau Político do PAIGC João
Bernardo Vieira reitera necessidade de demissão do Presidente do partido
Bissau, 18 Dez 23(ANG) – O membro do Bureau Político
do Partido Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), João Bernardo Vieira defendeu , sábado, o que diz
ser “necessidade de demissão do
Presidente do partido Domingos Simões Pereira”.
Este posicionamento de João
Bernardo Vieira foi expressa através de uma
Moção , à que a ANG teve acesso hoje, no qual diz que não por ter algo pessoal contra Simões
Pereira, mas por serem todos do partido e representantes dos anseios e
aspirações do povo.
Disse que, há dias no uso da
sua liberdade enquanto cidadão e
dirigente do PAIGC, e preocupado com os contornos que a situação política
actual poderá tomar, trouxe à público um debate que a seu ver, não se deve
circunscrever apenas dentro do Salão Nobre Amílcar Cabral, sede do Partido, porque
como disse e bem, o PAIGC é um partido do povo, para o povo e com o povo.
Disse acreditar que o povo
precisa de acompanhar com clareza a situação política com contornos negativos
para o nosso partido. “E conhecendo a mentalidade do guineense, não há melhor
momento do que este, senão cairemos na tradicional resignação do Djito ka tem”,
sustenta.
“Pessoalmente, tenho o maior
respeito e consideração pelo Domingos
Simões, aliás fizemos uma trajetória
política juntos. Vejo e revejo nele muitas qualidades políticas nomeadamente a
sua convicção, determinação e coragem. Contudo temos que admitir que estamos
perante mais uma estratégia falhada ao procurar alianças externas em detrimento
de largos consensos internos, dentro partido, pondo em causa, mais uma vez, as
conquistas do partido,” frisou.
Bernardo Vieira acusou Domingos Simões Pereira de ter criado, por iniciativa própria e do seu
interesse pessoal , uma aliança desnecessária com o Partido da Renovação Social
(PRS) e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), sem discussão e aprovação
nos órgãos do partido, com o único propósito de granjear o eventual apoio
destes partidos na sua candidatura para as próximas eleições presidenciais.
Acrescenta que o argumento utilizado para justificar esta
aliança é de que com estes partidos a Coligação teria maior possibilidade de
viabilizar os projetos ou propostas de carácter legislativo na Assembleia
Nacional Popular.
Para João Bernardo Vieira esse não é um
argumento totalmente verdadeiro porquanto a Coligação PAI-Terra Ranca dispõe de
maioria absoluta confortável para viabilizar qualquer que seja projeto ou
proposta de qualquer que seja lei, salvo a Constituição da República ou algumas
leis de carácter reforçada que exigem uma maioria de dois terços.
Bernardo Vieira afirmou que o momento demonstra que a aliança que lhes foi imposta está a ser
um total fiasco, porque um dos dois partidos da aliança já mudou de carruagem e
o outro ainda não se pronunciou oficialmente.
Diz que, infelizmente, há
quem entenda que a culpa mais uma vez tem que morrer solteira e ninguém terá que
ser responsabilizado.
Na sua visão política, qualquer ato político merece
um escrutínio e devem ser assacadas eventuais consequências políticas
considerando os “prejuízos incalculáveis” para o partido e para milhares e
milhares de militantes e simpatizantes.
O dirigente do PAIGC advertiu
que, não podem continuar a apontar o dedo para fora sobre seus falhanços
internos. “O dilema que obrigatoriamente teremos que ter a coragem de enfrentar
e responder é o de Salvar o Partido ou Salvar o Presidente do partido?”, disse.ANG/JD/ÂC//SG
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