China/Governo critica exercícios militares de EUA e Flipinas no Mar do Sul da China
Bissau, 04 jan 24 (ANG) – A China qualificou hoje como provocações os exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e as Filipinas no Mar do Sul da China, onde o exército chinês está a realizar manobras paralelas.
Para Pequim, tais exercícios
constituem um ataque à integridade territorial da China, segundo o porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin.
Os exercícios visam
“demonstrar força e não são conducentes ao controlo de disputas e da situação”,
afirmou aos jornalistas em Pequim, citado pela agência francesa AFP.
As manobras militares
conjuntas realizam-se após uma série de incidentes em águas disputadas.
Manila e Pequim têm uma
longa história de disputas marítimas no Mar do Sul da China, mas o
ex-presidente filipino, Rodrigo Duterte, estava relutante em criticar o
poderoso vizinho.
Desde que assumiu a
presidência em junho de 2022, o seu sucessor, Ferdinand Marcos Jr., adotou uma
posição mais dura contra a China em questões de soberania e aproximou-se dos
Estados Unidos.
Em dezembro, navios chineses
dispararam canhões de água contra navios filipinos durante duas missões de
abastecimento separadas em recifes disputados, de acordo com vídeos divulgados
pela guarda costeira filipina.
Registou-se também uma
colisão entre um navio filipino e um navio da guarda costeira chinesa. Na
altura, a China e as Filipinas culparam-se mutuamente pelo acidente.
Neste contexto, o exército
chinês anunciou na quarta-feira que as suas forças navais e aéreas estavam a
“efetuar patrulhas de rotina” até hoje no Mar do Sul da China.
O exército não especificou o
local destes exercícios nem o número de soldados ou aviões envolvidos.
O anterior exercício militar
chinês a ser tornado público no Mar da China data de novembro.
A China realizou outros
quatro exercícios em setembro.
Os exercícios dos Estados
Unidos com as Filipinas envolvem um grupo aéreo naval do porta-aviões de
propulsão nuclear “Carl Vinson”, segundo a Marinha norte-americana.
“A Marinha dos Estados
Unidos efetua regularmente exercícios deste tipo para reforçar os laços com as
nações aliadas e parceiras”, declarou em comunicado, acrescentando que as
manobras também terão a duração de dois dias.
A China afirma ter sido a
primeira nação a descobrir e a dar nome às ilhas do Mar do Sul da China, uma
vasta zona marítima por onde passa atualmente grande parte do comércio entre a
Ásia e o resto do mundo.
Outros países ribeirinhos
(Filipinas, Vietname, Malásia, Brunei) têm reivindicações concorrentes e cada
um deles controla várias ilhas.
Em 2016, o Tribunal
Permanente de Arbitragem, uma organização com sede nos Países Baixos, rejeitou
as reivindicações chinesas, considerando-as sem base jurídica.
Pequim denunciou a decisão,
alegando que os procedimentos das Filipinas perante o tribunal não estavam em
conformidade com a lei.
Nos últimos anos, a China
construiu ilhas artificiais no Mar da China e militarizou-as para reforçar
posições.
“O Mar do Sul da China está
a tornar-se uma zona defensiva fundamental para a China”, disse à AFP o
analista militar Michael Raska, professor na Universidade Tecnológica de
Nanyang, em Singapura.
Pequim pretende fazer desta
vasta zona marítima “uma via navegável controlada apenas pela China”, para
reforçar a influência e capacidade de projeção, segundo Raska.
Perante as reivindicações
territoriais da China e a sua crescente influência e capacidade militar, as
Filipinas assinaram este ano acordos militares com os Estados Unidos e a
Austrália.ANG/Lusa
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