CPLP/”Proibição de manifestações na Guiné-Bissau reforça problemas do país”, diz Porfírio Silva
Bissau, 17 jan 24 (ANG) – O
deputado do PS e presidente da 1.ª Comissão da Assembleia Parlamentar da CPLP,
Porfírio Silva, disse terça-feira à Lusa que a proibição de manifestações
na Guiné-Bissau “é mais um problema a acumular” aos que o país tem.
O deputado falava à Lusa
para fazer o balanço da realização, em Luanda, da reunião de dois dias da 1.ª
Comissão da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), que terminou hoje e que visou analisar a situação
político-parlamentar nos Estados-membros da organização, designadamente a da
Guiné-Bissau.
“Nós abordámos o conjunto da
situação da Guiné-Bissau, incluindo a notícia mais recente de proibição de
manifestações públicas. O que é, de facto, bastante estranha, na medida em que
o enquadramento da Guiné-Bissau é relativamente parecido com o enquadramento em
Portugal”, frisou.
A proibição de manifestações
na Guiné-Bissau, anunciada pelo Ministério do Interior daquele país, junta-se à
dissolução da Assembleia Nacional Popular (Parlamento) guineense, decretada
pelo Presidente da República guineense, Umaro Sissoco Embaló, no início de
dezembro.
A atual composição da
Assembleia Nacional Popular guineense resulta das eleições realizadas em junho
de 2023 e Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento em 04 de dezembro, apesar
de a Constituição não o permitir nos 12 meses posteriores ao ato eleitoral.
“A reunião (de Luanda) não
foi especificamente sobre nenhum caso em concreto. Todas as delegações fizeram
apresentações sobre a situação nos seus países, designadamente sobre a situação
política ou parlamentar. Todas as delegações fizeram as suas apresentações. A
delegação da Guiné-Bissau fez também uma apresentação bastante circunstanciada
e penso que o objetivo de todos nós é que estas situações não sejam esquecidas
nem sejam ignoradas”, defendeu.
Na reunião de Luanda foram
aprovadas duas deliberações, uma especificamente sobre a situação na
Guiné-Bissau, em que se defende que os interesses dos guineenses “apenas podem
ser defendidos através de uma saída pacífica e democrática”.
A outra deliberação aprovada
diz respeito à entrada em funcionamento do Secretariado Permanente da
Assembleia Parlamentar da CPLP, cujo primeiro secretário permanente será o
equato-guineense Pedro Ela Nguema Bea.ANG/Lusa
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