Nova Iorque/ONU denuncia execuções extrajudiciais de Israel em hospital de Jenin
Bissau, 31
Jan 24 (ANG) - As Nações Unidas denunciaram hoje que a operação israelita
realizada na terça-feira no Hospital Ibn Sina, em Jenin, que causou três
mortos, "aponta para uma execução extrajudicial planeada".
O Escritório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUD) afirmou que
entre os três palestinianos mortos nesta operação está um jovem de 18 anos com
paralisia parcial devido a ferimentos sofridos num ataque aéreo em Jenin, no
norte da Cisjordânia, que estava deitado numa das camas do hospital quando foi
baleado na cabeça.
O exército israelita
justificou que os palestinianos mortos estavam a planear ataques terroristas em
Israel para breve.
No seu relatório diário sobre o conflito, o Escritório das Nações Unidas para a
Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) reiterou as dificuldades de envio
de ajuda para a Faixa de Gaza, especialmente para a metade norte do enclave,
onde as autoridades israelitas negaram o acesso a 29 das 51 missões planeadas
para Janeiro.
"A maioria das
missões permitidas estavam relacionadas com a distribuição de alimentos, mas as
que visavam apoiar hospitais ou unidades de saúde foram, na sua maioria,
negadas", lamentou o OCHA.
O OCHA referiu que desde
01 de Dezembro, após o final de uma semana de cessar-fogo, as autoridades
israelitas emitiram ordens de retirada da população que afectaram 158
quilómetros quadrados de Gaza, 41% da área do enclave.
Antes do início das
hostilidades, 1,38 milhões de palestinianos viviam naquela área e, como
resultado do conflito, existiam 161 abrigos com mais de 700 mil pessoas
deslocadas internamente.
O relatório destacou que
as hostilidades nas últimas 24 horas concentraram-se especialmente na cidade de
Khan Yunis, no sul de Gaza, onde ocorrem combates nas proximidades dos
hospitais Al-Nasser e Al-Amal.
Neste último, de acordo
com o Crescente Vermelho Palestiniano, um deslocado interno que se refugiava no
Al-Amal morreu e nove ficaram feridos por estilhaços durante os combates e
tanto aquele hospital como os escritórios circundantes da organização
humanitária foram invadidos pelos militares israelitas que forçaram a evacuação
dos edifícios.
Outro facto que o
relatório referiu foi a detenção de um grande número de homens palestinianos
num dos postos de controlo de segurança em Khan Yunis, alguns destes
posteriormente despidos, vendados e levados para locais não declarados.
O relatório recordou que
há poucas horas as diferentes agências das Nações Unidas assinaram uma
declaração conjunta na qual pediam aos Estados da ONU que não interrompessem o
financiamento da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos
(UNRWA).
Com as suspensões da
ajuda recentemente decididas por alguns dos principais doadores, na sequência
da denúncia da possível colaboração de uma dezena de funcionários da UNRWA com
o Hamas, "pode haver consequências catastróficas para a população de
Gaza", alertou o comunicado conjunto das agências da ONU.ANG/Angop
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