Angola/Problemas na África ocidental devem ser ultrapassados no âmbito da CEDEAO - Chikoti
Bissau, 23
Fev 24 (ANG) – O secretário-geral do grupo África, Caraíbas e Pacífico (ACP)
reconheceu hoje que existem “alguns problemas” na região da África Ocidental,
mostrando-se confiante que vão ser resolvidos no âmbito da comunidade que os
representa, a CEDEAO.
Georges
Chikoti, que falava aos jornalistas no parlamento angolano, onde teve lugar a
1.ª sessão da Assembleia Parlamentar Paritária da Organização dos Estados de
África, Caraíbas e Pacífico - União Europeia (OEACP - UE), foi questionado
sobre a estabilidade e segurança no continente e frisou que estas questões são
discutidas a nível das organizações regionais e da União Africana, que toma
decisões sobre a matéria.
Destacou, por
outro lado, que alguns países da África Ocidental, “que estão em estado de
transição” assinaram já o Acordo de Samoa, novo quadro geral de relações entre
a União Europeia e os países ACP, reconhecendo que existem questões de
segurança para resolver, mas no âmbito de outras organizações.
“Neste
momento, se olharmos para a África Ocidental a região tem alguns problemas que
têm de resolver”, afirmou, sem nomear países.
Burkina Faso,
Mali e Níger são atualmente países governados por juntas militares não
reconhecidas internacionalmente e que anunciaram em janeiro a saída da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), mantendo-se 12
países no bloco (Benim, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné,
Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo).
A CEDEAO
suspendeu e sancionou os três países, que decidiram em janeiro abandonar a
organização, mas Chikoty acredita que a decisão pode ser revertida.
“Segundo o
que li, nos últimos dias provavelmente vão anular esta decisão para se manter a
organização”, afirmou, deixando implícito que será proposta uma solução.
“A OEACP não
tem mandato para dizer o que a região deve fazer, mas tenho a certeza que no
âmbito da CEDEAO vão encontrar uma forma de ultrapassar” a situação,
acrescentou.
Fundada em
Lagos, atual capital económica da Nigéria, em 1975, a organização impôs sanções
e embargos ao Burkina Faso, Mali e Níger para forçar os seus governos a
restaurar a democracia após os golpes que levaram os militares ao poder.
Sobre a
adesão dos 13 países que ainda não são signatários do Acordo de Samoa (num
total de 79), afirmou que “os países são soberanos”, nesta decisão, mas ressalvou
que se trata apenas de uma assinatura.
“É só
assinar, depois discutem com o seu próprio parlamento no momento da
ratificação, se querem ou não, são etapas diferentes, Depois de estarem de
acordo ratificam e passam para a fase seguinte”, salientou o diplomata
angolano.
“Eu acredito
que este acordo é bom porque a cooperação com a União Europeia é uma ajuda ao
desenvolvimento, todo o financiamento da UE é geralmente uma ajuda não
reembolsável”, salientou, reforçando que “seria bom os países tirarem esta vantagem”.
ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário