Bélgica/Chefes da diplomacia da UE tentam hoje acordo sobre sanções ao Hamas e colonos
Bissau, 18 Mar 24(ANG) – Os chefes da
diplomacia da União Europeia (UE), hoje reunidos em Bruxelas, vão tentar
acordos políticos sobre sanções ao grupo islamita Hamas, aos colonos israelitas
na Cisjordânia e às pessoas ligadas à morte do opositor russo Alexei Navalny.
A informação foi revelada por fontes europeias
na antecipação do acordo, que deram conta também da participação por
videoconferência do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, bem
como do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.
Relativamente ao Médio Oriente, espera-se
que na reunião de hoje, que começa pelas 10:30 (horas locais, menos uma em
Lisboa) haja ‘luz verde’ preliminar (apenas ao nível político, com a adoção a
acontecer mais tarde) para a União Europeia (UE) avançar com medidas
restritivas contra o Hamas e os colonos israelitas na Cisjordânia.
Enquanto no primeiro caso a UE pretende
sancionar os envolvidos em crimes sexuais cometidos por membros do grupo
islamita Hamas no contexto do ataque terrorista de outubro passado contra
Israel, no segundo a ideia é responder ao comportamento de alguns colonos
israelitas extremistas.
A Hungria tem vindo a recusar qualquer tipo
de sanções contra colonos israelitas na Cisjordânia, razão pela qual os 26
restantes ministros dos Negócios Estrangeiros precisam de convencer o homólogo
húngaro ou avançar de outra forma com esta medida.
Em cima da mesa neste Conselho de Negócios
Estrangeiros – no qual Portugal estará representado pelo responsável da tutela,
João Gomes Cravinho – estará também uma discussão sobre as relações da UE com
Israel, quando a diplomacia comunitária equaciona uma eventual suspensão do
acordo de cooperação com Telavive devido à intervenção militar em Gaza.
Caberá aos chefes da diplomacia europeia
avaliar politicamente se existe ou não uma base para suspender o acordo de
associação entre Bruxelas e Telavive.
Israel começou a bombardear Gaza na
sequência dos ataques do Hamas no sul do território israelita, perpetrados em
outubro de 2023, justificando a intervenção com a necessidade de anular as
capacidades militares do Hamas.
A invasão de Gaza é o mais recente episódio
de um conflito com mais de sete décadas entre Israel e a Palestina, que ainda
não é reconhecida como um Estado pela totalidade da comunidade internacional.
Já relativamente a Alexei Navalny, que morreu
numa prisão no Círculo Polar Ártico em meados de fevereiro, a UE vai tentar um
acordo político para sancionar indivíduos e entidades ligadas aos abusos e à
morte do político russo.
Fontes comunitárias adiantaram que, por proposta do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política Segurança, Josep Borrell, será discutida a possibilidade de criar um quadro jurídico específico para sancionar as violações dos direitos humanos na Rússia, regime ao qual seria dado o nome de Alexei Navalny. ANG/Inforpress/Lusa
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