Bulgária/ Sextas eleições legislativas em três anos à vista
Bissau, 28 Mar 28 (ANG) – A Bulgária
encaminha-se para novas eleições antecipadas, as sextas desde abril de 2021, ao
falhar a segunda tentativa de formar um novo Governo após a recente rutura do
acordo entre os dois maiores partidos para uma rotação no poder.
O
primeiro-ministro em funções, Nikolai Denkov, da aliança liberal e europeísta
Prosseguimos a Mudança – Bulgária Democrática (PP-DB), devolveu ao Presidente
do país, Rumen Radev, a iniciativa para formar um novo executivo.
O
político, que assumiu a chefia do Governo há nove meses, declarou tratar-se de
um “ato formal devido ao evidente desejo da coligação GERB-DPS [Cidadãos para o
Desenvolvimento Europeu da Bulgária, conservador, GERB, e Movimento pelos
Direitos e Liberdades, DPS, a minoria turca] de realizar novas eleições”.
As
anteriores eleições decorreram há menos de um ano, em 03 de abril de 2023, o
quinto escrutínio legislativo em dois anos, período em que se registaram 12
tentativas fracassadas para formar Governo.
O
bloqueio político no país, motivado pela fragmentação e o confronto entre as
diversas forças em torno de vários temas, da invasão russa da Ucrânia à
corrupção, parecia ultrapassado em junho, quando as duas maiores formações,
GERB-DPS e PP-BD, concordaram pela rotatividade, em cada nove meses, para
ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Na
sequência do pacto foi formado um gabinete integrado por membros dos antigos
adversários políticos sob a liderança de Denkov, que se comprometeu a abandonar
o cargo em 06 de março para ser substituído pela vice-primeira-ministra e
ministra dos Negócios Estrangeiros, Maria Gabriel, ex-comissária europeia e
membro do GERB.
No
entanto, a rotação falhou na passada segunda-feira, aparentemente por ausência
de acordo sobre a designação de diversos ministros e sobre o programa de
Governo para os próximos meses, com Maria Gabriel a renunciar à chefia do novo
gabinete.
O
Presidente ainda deverá encarregar o líder de um dos restantes partidos com
assento no parlamento a formar Governo, mas a generalidade dos analistas
considera que esta última tentativa não tem condições de sucesso.
O
chefe de Estado deverá de seguida designar um primeiro-ministro interino entre
10 pessoas selecionadas, onde se inclui o governador do Banco Nacional Búlgaro
(BNS), para dirigir um executivo tecnocrático.
Esta
última possibilidade foi introduzida em 2023 através de uma emenda constitucional,
mas a sua viabilidade nunca foi testada.
No
caso de fracasso deste novo modelo, os búlgaros voltarão a ser convocados para
eleições legislativas.
Radev
advertiu para o risco de uma crise política crónica, no país considerado o mais
pobre da União Europeia (UE), membro da NATO e que aspira à integração no
espaço Schengen de livre circulação e na zona euro.
O
Presidente precisou que vai convocar todos os líderes políticos no prazo de 10
dias para tentar encontrar uma solução.
Os
‘media’ búlgaros já começaram a admitir que o novo escrutínio legislativo
poderá decorrer em 09 de junho, em simultâneo com as eleições para o Parlamento
Europeu. ANG/Lusa
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