Pequim/China apoia "reconhecimento total" da Palestina e insiste na solução de dois Estados
Bissau, 07 Mar 24(ANG) – A China apoia o
"reconhecimento pleno" da Palestina como Estado na ONU, afirmou hoje
o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.
Wang Yi
acrescentou que a China "vai insistir" na solução de dois Estados
para garantir a "coexistência pacífica" entre israelitas e
palestinianos.
"O atual
conflito israelo-palestiniano já causou mais de 100 mil vítimas civis. Esta
catástrofe humanitária é uma tragédia para a humanidade e uma vergonha para a
civilização. Nada justifica a morte de civis e a comunidade internacional deve
atuar para promover um cessar-fogo imediato", afirmou o responsável, à
margem da Assembleia Popular Nacional (APN), a decorrer esta semana em Pequim.
O diplomata
chinês afirmou que a assistência humanitária "deve ser garantida" em
Gaza, "uma calamidade" que mostra que "a longa ocupação dos
territórios palestinianos é um facto que não deve continuar a ser
ignorado".
"A
aspiração dos palestinianos a um Estado independente não pode continuar a ser
ignorada. Não se pode permitir que a injustiça histórica com os palestinianos
fique por corrigir. Restaurar a justiça para o povo palestiniano e implementar
plenamente a solução de dois Estados é a única forma de quebrar o círculo
vicioso dos conflitos israelo-palestinianos", considerou.
Wang garantiu
que a China vai continuar a "apoiar firmemente" a "causa justa
do povo palestiniano", bem como o pleno reconhecimento como Estado na ONU.
"Apelamos
a alguns membros do Conselho de Segurança para que não se coloquem no caminho
para alcançar este objetivo. Acreditamos que a Palestina e Israel devem retomar
as conversações de paz o mais rapidamente possível para atingir o objetivo
final de uma coexistência pacífica como dois Estados e para que os povos árabe
e judeu vivam em harmonia como dois grupos étnicos", afirmou.
A China está
empenhada no "compromisso e na solução política para resolver desacordos e
disputas" e evitar "o uso da força ou de pressões e sanções".
"O que é
necessário é o diálogo com a máxima paciência, procurando um terreno comum que
satisfaça as necessidades de todas as partes em todas as questões polémicas. A
China promove sempre as conversações para a paz. A China nunca atira achas para
a fogueira", sublinhou.
Nos últimos
meses, o país asiático apelou para "todos os esforços possíveis para
proteger os civis e evitar uma catástrofe humanitária ainda mais grave".
Pequim
manifestou igualmente o apoio à "causa justa do povo palestiniano para
restaurar os seus direitos e interesses legítimos" e à "solução dos
dois Estados", tendo responsáveis chineses realizado numerosas reuniões
com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou
tentar fazer avançar as conversações de paz. ANG/Inforpress/Lusa
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