Estrasburgo/Von der Leyen alerta que Rússia é
“ameaça existencial também para a Europa"
Bissau, 24 Abr 24 (ANG) – A presidente da Comissão Europeia
defendeu hoje que a Rússia representa “uma ameaça existencial não só para a
Ucrânia, mas também para a Europa” e alertou que uma vitória russa na Ucrânia
“mudaria o curso da História europeia”.
Ursula Von der Leyen
intervinha numa cerimónia festiva no Parlamento Europeu, na cidade francesa de
Estrasburgo, para assinalar o 20.º aniversário do maior alargamento da história
da União Europeia, concretizado a 01 de maio de 2004 com a entrada em
simultâneo no bloco de 10 novos Estados-membros.
Saudando o grande
alargamento de há 20 anos e considerando que “é natural que se aguarde com
expectativa novos alargamentos”, a presidente do executivo comunitário
considerou, contudo, ser seu “dever transmitir hoje uma mensagem muito clara
sobre o futuro” da União Europeia (UE), à luz da guerra em curso na Ucrânia
iniciada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, há mais de dois anos.
“O que acontecer na
Ucrânia irá moldar o futuro da nossa União para sempre. Não podemos ignorar e
não podemos subestimar o facto de a Rússia representar uma ameaça existencial
não só para a Ucrânia, mas também para a Europa. Uma vitória de [Vladimir]
Putin não só mudaria o mapa, não só mascararia o rosto da nação ucraniana, como
mudaria o curso da história europeia. A nossa União nunca mais seria a mesma”,
declarou.
Observando que “a
Ucrânia está a carregar esse pesado fardo nos ombros” por toda a Europa e “está
a pagar o preço mais alto todos os dias por isso”, Von der Leyen defendeu que
“só há uma maneira de enfrentar” a atual situação, pois “só há uma linguagem
que Putin entende, e essa é dotar a Ucrânia de meios para se defender”.
“Putin acreditava que
nós não defenderíamos a democracia e a independência da Ucrânia. Estava
enganado. Putin acreditava que o apoio militar dos Estados Unidos não passaria
no Congresso norte-americano. Enganou-se, mais uma vez. A assistência militar
dos Estados Unidos e a nossa assistência, da União Europeia, é um incentivo
para fazermos ainda mais. E temos de ser muito claros a este respeito. Porque
para que a Europa vença no futuro, tal como aconteceu há 20 anos, a Ucrânia tem
de vencer”, afirmou.
Enfatizando que “a
Ucrânia fez a sua escolha europeia” ao candidatar-se à adesão ao bloco
comunitário, Von der Leyen disse que também a UE fez a sua “escolha ucraniana”,
ao lançar o processo para a adesão, tal como fez uma escolha “há tantos anos”
quando decidiu acolher “tantos países”.
“E as decisões que
tomaremos nas próximas semanas, meses e anos decidirão quem ganhará o futuro da
Europa. Por isso, juntos, vamos manter-nos unidos. Mantenhamo-nos fortes em
relação à Ucrânia. E mantenhamo-nos ambiciosos no que respeita ao alargamento e
às reformas. É assim que cumpriremos mais uma vez a promessa europeia, tal como
fizemos há 20 anos”, concluiu. ANG/Lusa
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