Conflito Médio Oriente/Espanha reconhece Palestina por ser
"necessidade perentória" para a paz
Bissau, 28 mai 24 (ANG) -
Espanha vai reconhecer hoje formalmente a Palestina como Estado, confirmou o
líder do Governo espanhol, Pedro Sánchez, que defendeu que esta é uma
"necessidade perentória" para a paz no Médio Oriente.
"Não é apenas uma
questão de justiça histórica", que responde a "aspirações
legítimas" do povo palestiniano, "é uma necessidade perentória"
para alcançar a paz, disse Sánchez, numa declaração em Madrid, antes do início
da reunião do Conselho de Ministros em que será aprovado o reconhecimento da
Palestina como Estado por parte de Espanha.
"É a única maneira de
avançar para a solução que todos reconhecemos como a única possível para ser
alcançado um futuro de paz, a de um Estado palestiniano que conviva com o
Estado de Israel em paz e em segurança", afirmou, numa declaração
transmitida a partir do Palácio da Moncloa, a sede do Governo de Espanha.
Sánchez disse que não cabe a
Espanha definir as fronteiras de outros Estados, pelo que o reconhecimento da
Palestina que hoje fará o Conselho de Ministros tem como base as resoluções das
Nações Unidas e os limites fixados em 1967, só reconhecendo alterações se forem
acordadas entre as partes.
Para o líder do Governo
espanhol, o Estado da Palestina tem de ser viável, com a Cisjordânia e a Faixa
de Gaza ligadas por um corredor, a capital em Jerusalém Este e todo o
território unificado sob "o governo legítimo" da Autoridade Nacional
Palestiniana (ANP).
Neste contexto, sublinhou
que o passo que vai dar hoje Espanha reflete também "a rejeição frontal e
rotunda" do grupo islamita radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza e
foi o autor dos "ataques terroristas" em Israel em 07 de outubro.
"Não é uma decisão
contra ninguém, menos ainda contra Israel, um povo amigo, que
respeitamos", afirmou Sánchez, que assegurou estar em causa "uma
decisão histórica que tem um único objetivo, contribuir para que israelitas e
palestinianos alcancem a paz".
Além de Espanha, a Noruega e
a Irlanda comprometeram-se a reconhecer formalmente a Palestina como Estado a
partir de hoje, juntando-se a mais de 140 países que já o fizeram em todo o
mundo num momento em que Israel tem em curso, desde outubro, uma ofensiva
militar na Faixa de Gaza.
O conflito foi desencadeado
pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023,
que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as
autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou
uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave
crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde
2007.
O Governo israelita condenou
Espanha, Irlanda e Noruega, argumentando que estes países enviam a mensagem aos
palestinianos de que "o terrorismo compensa", numa referência ao
grupo islamita Hamas. Posteriormente, e depois de um protesto formal junto dos
embaixadores dos três países, Telavive garantiu que existiriam
"consequências ainda mais graves".ANG/Lusa
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