Manifestação
Frente Popular/PAIGC,
PRS e Sociedade Civil de Gabu condenam detenção dos manifestantes
Bissau, 20 Mai 24 (ANG) - O
Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), Partido da
Renovação Social (PRS) e Movimento da Organização de Sociedade Civil de Gabu
condenaram a detenção de alguns indivíduos durante a manifestação popular feita
no dia 18 de Maio pelas forças policiais e exigem melhoria de condições de vida, justiça social e estabilidade política.
Segundo
o comunicado à imprensa, os dois partidos políticos e a Sociedade Civil de Gabu
foram unânimes na exigência de libertação dos detidos, o mais depressa
possível.
O
PAIGC responsabiliza os autores morais e materiais por esse ato que considera de
“covarde e condenável” num Estado de Direito Democrático.
De
acordo com o documento, o PAIGC apela aos cidadãos guineenses no país e na
diáspora, a manterem-se serenos e continuarem a luta com a convicção de que o
povo é quem mais ordena.
“Em
nome da verdade e da Legalidade Democrática, a vontade do povo será reposta e a
ditadura será vencida”, diz em comunicado o partido libertador.
Apela
às Forças da Defesa e Segurança a se
absterem de atos que vão contra o seu papel, enquanto instituições que devem
zelar pela proteção dos direitos cívicos dos cidadãos e pelo cumprimento das
leis da Repúblic
O
PAIGC alerta a Comunidade Internacional
e outras organizações defensoras dos direitos Humanos e da Democracia, sobre o
que diz ser “recorrentes atos de
desmandos e violações dos direitos básicos e fundamentais dos cidadãos
guineenses praticados pelo atual regime”.
O PRS defende que é necessário definir novos métodos
e formatos de organização de manifestações públicas na Guiné-Bissau
, e declara que jamais vai compactuar
com situações de violência.
Em conferência de imprensa, o
líder do PRS lamenta o fato de a marcha de Frente Popular realizada no sábado tenha colocado a imagem da Guiné-Bissau
num “estado de maior instabilidade”, provocada pelas autoridades
nacionais e pelo próprio Estado guineense, com a detenção de alguns dos líderes das
organizações protagonistas da marcha.
Fernando Dias disse que o
PRS continua a defender a realização das
eleições presidenciais ainda do decorrer deste ano.
A Direção regional do Movimento Nacional da Sociedade Civil de Gabu, leste de país, considera,
em comunicado, de "abuso de poder ", o comportamento das forças da
ordem e exigiu a libertação imediata dos jovens detidos.
De acordo com o documento, a
organização ressaltou que o império da lei deve ser aplicado para controlar o
Estado, as instituições e seus responsáveis, e não a população que luta pela
sobrevivência no seu dia a dia.
"Perante as
circunstâncias terríveis destes acontecimentos, que num Estado de direito
democrático podem minar todas as conquistas e a consolidação da democracia,
para evitar confrontos com a polícia, os jovens retiraram-se das ruas e
decidiram realizar uma conferência de imprensa para manifestar o seu desagrado
em relação ao impedimento”, lê-se no documento.
Por fim, a Direção regional
de Movimento Nacional da Sociedade Civil de Gabu garantiu que unirá esforços com outras organizações
nacionais para fazer valer os direitos consagrados na Constituição da
República, para o fortalecimento da democracia na Guiné-Bissau.
A manifestação convocada
pela Frente Popular, uma nova organização
social, teve como objetivo protestar contra o aumento do custo de vida, a
generalizada subida dos preços de produtos da primeira necessidade no mercado,
o crescente nível de violência e a falta de respostas aos problemas que afetam
os setores de ensino e da saúde pública no país.
A polícia dispersou os
manifestantes tendo detido 93, sendo que 84 deles foram libertados na madrugada
desta segunda-feira. O lider da Frente Popular , Armando Lona e os restantes ativistas ainda se encontram na prisão, em
Bissau.
ANG/AALS/ÂC//SG
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