Rússia/Putin avisa Europa de "graves
consequências" do uso de armas da NATO
Bissau,29 Mai 24(ANG) - O
Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu terça-feira a Europa das
"graves consequências" se os países da NATO permitirem que a Ucrânia
utilize armas ocidentais contra alvos em território russo.
"Estes representantes
dos países da NATO, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos,
devem saber com o que estão a brincar", afirmou Putin numa conferência de
imprensa no final de uma visita ao Uzbequistão.
"Devem lembrar-se que,
regra geral, são Estados com territórios pequenos, mas densamente
povoados", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
Putin insistiu que este é o
fator que os países ocidentais "devem ter em conta antes de falarem em
lançar ataques contra o interior do território russo".
"Esta escalada constante
pode ter consequências graves e, se essas consequências graves se fizerem
sentir na Europa, como é que os Estados Unidos vão reagir?", questionou,
aludindo à paridade nuclear entre as duas superpotências.
"Será que eles querem
um conflito global?", acrescentou.
O secretário-geral da NATO
(sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg,
defendeu no fim de semana a possibilidade de armas dos aliados ocidentais
poderem ser usadas pela Ucrânia para atacar território russo.
"Talvez seja altura de
alguns aliados considerarem a possibilidade de levantar este tipo de restrições
à utilização das armas que enviam para a Ucrânia", afirmou Stoltenberg
numa entrevista à revista britânica The Economist.
Na sequência da entrevista,
França e Itália recusaram que seja permitido que a Ucrânia utilize armas que
lhe são fornecidas contra alvos em território russo, enquanto a República Checa
admitiu essa possibilidade.
"É totalmente
lógico", disse o primeiro-ministro checo, Petr Fiala numa conferência de
imprensa em Praga.
Na segunda-feira, a
Assembleia Parlamentar da NATO, uma instituição independente da Aliança
Atlântica, aprovou uma declaração de apoio à capacidade da Ucrânia de atacar
alvos militares na Rússia também com armas fornecidas por países aliados.
O texto foi aprovado por 47
dos 56 países ou instituições que compõem o organismo, que funciona como elo de
ligação entre a NATO e os parlamentos dos países membros da Aliança Atlântica.
A Rússia, que invadiu a
Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, tem em curso uma nova ofensiva desde 10 de
maio, depois de ter sustido uma contraofensiva ucraniana no verão.
O Presidente ucraniano,
Volodymyr Zelensky, que visita hoje Portugal, tem criticado com insistência o
atraso no fornecimento de armas e a recusa dos aliados em que possam ser usadas
para atacar território russo.ANG/Lusa
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