Caso 1 de fevereiro/ Julgamento de acusados de tentativa de golpe de Estado adiado pela segunda vez para 10 de Junho
Bissau, 06 Jun 24)ANG) - O julgamento de 25 pessoas acusadas de tentativa
de golpe de Estado, de 01 de fevereiro de 2022, foi adiado pela segunda vez, para dia 10 do mês em
curso, porque o Tribunal Militar não respondeu às questões prévias colocadas
pelos advogados dos suspeitos.
Em declarações à imprensa, um
dos advogados de defesa, Victor Imbana, lamentou o atraso de cerca de duas
horas, na sessão de quarta-feira, frisando contudo que o Tribunal pediu
desculpas.
Por detrás de mais um
adiamento da sessão de hoje, está o
facto de o Tribunal não responder algumas questões prévias levantadas na sessão
anterior pelo coletivo dos advogados”, disse Imbana.
Disse que apenas duas
questões obtiveram respostas do Tribunal nomeadamente, o afastamento de um dos auditores e transferência do julgamento do
caso do Contra-Almirante José Américo
Bubo Nachuto para o Tribunal Superior Militar.
Imbana revelou que o
coletivo dos advogados vai interpor um recurso
para apresentar as suas alegações sobre
outros pontos dentro do prazo.
Disse que, uma das questões
que a defesa vai exigir é a presença da imprensa e do público na sala do
julgamento, à luz do Código de Processo Penal guineense.
Disse que a lei diz que a
audiência do julgamento tem que
ser público, quer dizer que a presença dos jornalistas é obrigatória porque tem
que ser publicitado.
Lamentou a continuidade das
pessoas nas celas, apesar da decisão do juiz de instrução criminal do Tribunal
Comum e do despacho do Ministério Público que ordenaram a libertação porque não
havia indícios sobre um e outro suspeito, que ainda continuam encarcerados.
Víctor Embana disse que são 17 as pessoas em condição de
libertação, mas que acredita serem mais porque não se encontram concentradas
num único sítio.
Disse que o Tribunal
Regional Militar não pode julgar esta questão, porque o despacho que conduziu a
este julgamento é o de Tribunal de Relação.
“A lei diz claramente, para dirimir
conflito de competência negativa, quando os tribunais negam que não têm
competência, ou para dirimir conflito positivo, a jurisdição é do Tribunal de
Relação com um coletivo de juízes”, sustenta.
Roberto Indeque, advogado do suspeito Wilson Barbosa decidiu
abandonar a sessão considerando-a de uma “farsa”,.
Indequi disse que todos os requerimentos feitos sobre questões preliminares, que servem de pressuposto
para se garantir um julgamento digno, com uma decisão isenta e imparcial foram indeferidos sem
fundamentos.
Entre os detidos que devem
ser julgados, caso a sessão seja retomada na segunda-feira, figura o ex-chefe
da Armada guineense, o vice-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, considerado
como o cabecilha da alegada tentativa de golpe de Estado de Fevereiro de 2022.
Um advogado de defesa de
alguns dos suspeitos adiantou à Lusa que os arguidos, entre civis e militares,
são acusados do "crime de atentado contra a vida do Presidente"
guineense, Umaro Sissoco Embaló, e ainda de "tentativa de alteração da
ordem constitucional".
Segundo a acusação, no dia
01 de Fevereiro de 2022, homens armados irromperam na sala do Conselho de
Ministros, no palácio do Governo, em Bissau, e dispararam sobre os presentes,
entre os quais o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, que presidia à reunião.
O Governo
alegou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado, na qual morreram 11
pessoas, na sua maioria elementos do corpo de segurança dos governantes, e que cerca
de 50 pessoas foram detidas. ANG/JD/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário