Arábia Saudita/Pelo menos 550 mortos na maior peregrinação em Meca
Bissau,19 Jun 24(ANG) - Centenas de pessoas morreram durante a peregrinação
anual a Meca, a cidade mais importante do Islão na Arábia Saudita.
De acordo com a comunicação social da Arábia Saudita e os
ministérios dos Negócios Estrangeiros de vários países, uma forte onda de calor
que se fez sentir naquele país está por detrás da tragédia.
Até ao momento pelo menos 550 mortos foram confirmados durante o haj, um dos
cinco pilares do islamismo, que consiste numa ida à sagrada cidade saudita, e
que todos os muçulmanos devem fazer pelo menos uma vez na vida.
De acordo com a agência AFP grande parte dos mortos, 323, são de nacionalidade
egípcia. A agência tunisina Tunis Afrique Presse também confirmou a morte de 35
cidadãos da Tunísia.
Em paralelo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia confirmou esta
terça-feira a emissão de 41 permissões de enterro para peregrinos, sendo que
pelo menos seis pessoas foram confirmadas como tendo morrido por causa do calor
extremo em Meca.
Foram ainda confirmadas as mortes de 11 iranianos, 44 indonésios e três
senegaleses, ainda que as autoridades destes países não tenham confirmado a
existência de uma relação direta com a onda de calor.
Esta não é a primeira vez que acontece uma tragédia durante o haj, até porque
Meca costuma juntar cerca de três milhões de pessoas, o que já deu aso a
situações como debandadas ou incêndios que causaram vários mortos noutras
peregrinações.
A televisão saudita e as autoridades de vários países muçulmanos já tinham
avisado para os perigos de fazer a peregrinação que se iniciou na sexta-feira.
É que o início desta semana viu as temperaturas subir para quase 52 graus à
sombra na grande mesquita da cidade saudita.
Alertando já para este tipo de situação, um estudo desenvolvido em 2019 pela
Geophysical Research Letters alertava que as alterações climáticas e o
constante aumento da temperatura do ar iriam colocar os peregrinos que querem
participar no haj em “perigo extremo”.
De acordo com a agência Reuters foram as próprias famílias de muitas das
vítimas a confirmar que a onda extrema de calor está por detrás da tragédia.
Nas redes sociais multiplicam-se as publicações de lamento, sendo que muitas
outras famílias procuram pessoas nos hospitais sauditas.ANG/AFP
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