quinta-feira, 25 de julho de 2024

Angola/Presidente  descarta pedir indemnizações de crimes coloniais a Portugal

Bissau, 25 Jul 24 (ANG) - O primeiro-ministro português efectua  visita a Angola, no âmbito da qual  já anunciou o reforço em 500 milhões de euros da linha de crédito Portugal-Angola.


 Questionado sobre a hipótese de pedir reparações a Portugal pela colonização, uma ideia levantada há quatro meses pelo seu homólogo português, o Presidente angolano disse que o seu país não tenciona pedir compensações.

Na terça-feira  no primeiro dos três dias de visita a Angola do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, foi anunciado o reforço de uma linha de crédito no valor de 500 milhões de euros para as empresas portuguesas que actuam em território angolano e que contava até aqui com um limite de 2000 milhões de euros, assim como a assinatura de 12 acordos em diversos sectores entre os dois países.

Em conferência imprensa, o chefe do governo português e o seu anfitrião, o Presidente angolano, evocaram os novos rumos das relações entre Luanda e Lisboa. Neste âmbito, João Lourenço rebateu a questão das reparações dos crimes coloniais levantada em Abril pelo chefe Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, aquando das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

Para João Lourenço, as antigas potencias coloniais nunca teriam capacidade material para compensar os países que dominaram no passado e, neste sentido, desdramatizou o problema.

“Se durante 49 anos, nós não colocamos esta questão, não a colocaremos nunca. Primeiro é que os países colonizadores, se fossemos para contabilizar bem, não teriam, nunca a capacidade real de fazer a reparação no justo valor. Isto é impossível, não é difícil”, rematou.

João Lourenço entende, ainda, que Portugal não foi a única potência colonizadora, pelo que não é do interesse de Angola levantar a questão das indemnizações no futuro.

“Potência colonizadora não foi só Portugal. Foi Portugal, foi a França, foi a Bélgica, foi à Espanha. Foram outros países. Da parte de Angola, nós, da mesma forma que nunca colocamos esta questão, pensamos não vir a colocar no futuro”, garantiu João Lourenço.

O chefe de Estado angolano comparou esta questão com a situação das fronteiras entre países que, no seu entender, foram mudando e referiu que, no seu entender, se fosse para ser levantada, isto iria levar a muitas discussões sem soluções.ANG/RFI

 

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