Justiça/Austrália pede à Rússia para assumir responsabilidade no derrube do voo MH17
Bissau, 17 jul 24
(ANG) - A Austrália pediu hoje à Rússia para "assumir a
responsabilidade" pelo derrube do voo MH17 da Malaysia Airlines, no leste
da Ucrânia, no 10.º aniversário da tragédia.
No desastre morreram
298 pessoas, incluindo 38 residentes e cidadãos australianos.
"Austrália
mantém firme o compromisso em busca da verdade, da justiça e em pedir contas
aos responsáveis por este horrível ato de violência", disseram a ministra
dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, e o procurador-geral do
país, Mark Dreyfuss, num comunicado.
Em novembro de 2022,
um tribunal de Haia condenou a prisão perpétua à revelia os russos Igor Girkin
e Sergei Dubinskiy e o separatista ucraniano Leonid Kharchenko por implicação
no derrube do voo MH17, que ligava Kuala Lumpur a Amesterdão, bem como na morte
das 298 pessoas a bordo.
"O tribunal
estabeleceu de forma inequívoca e conclusiva a responsabilidade da Rússia"
no desastre, assinalou o comunicado.
Desde esta
condenação, o Governo australiano impôs sanções contra os três russos e contra
Sergei Muchkaev, que comandava a brigada russa que disparou o míssil terra-ar
que derrubou o voo MH17, acrescentou.
No ano passado, uma
equipa internacional de peritos concluiu, depois de uma investigação da
tragédia, que o Presidente de Rússia, Vladimir Putin, autorizou pessoalmente a
entrega de sistemas de defesa aérea aos separatistas ucranianos, incluindo o
sistema de mísseis Buk que derrubou o MH17, embora a sua imunidade impeça que
seja julgado.
No décimo aniversário
da tragédia, a Austrália, que juntamente com os Países Baixos procura que a
Rússia responda pelo derrube no Conselho da Organização Internacional de
Aviação Civil, pediu a Moscovo que "assuma a responsabilidade pelo papel
que desempenhou e coopere para garantir que estes autores cumprem as
condenações".
Por outro lado, o
Governo australiano realizou uma cerimónia no Parlamento de Camberra para
homenagear as vítimas do MH17 e o pessoal que respondeu à tragédia, com a
participação de responsáveis e centenas de familiares das vítimas mortais.
"Os compatriotas
australianos lembram e honram os preciosos seres que perderam há 10 anos. Esses
homens, mulheres e crianças são parte de vós", afirmou, na cerimónia, a
governadora geral de Austrália, Sam Mostyn, que representa o chefe de Estado do
país, o rei Carlos de Inglaterra.
"Foi una
tragédia, mas também uma atrocidade", afirmou o antigo primeiro-ministro
australiano Tony Abbott, que governava o país na altura do acidente,
acrescentando que Putin deve aos familiares das vítimas "uma desculpa e
uma indemnização".ANG/Lusa
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