China/Líderes dos países do Pacífico rejeitam apelos para cortar relações com Taiwan
Bissau, 30 ago 24 (ANG) – Os líderes dos países insulares do Pacífico reunidos em Tonga rejeitaram hoje apelos, apoiados pela China, para cortar relações com Taiwan, dizendo que a aliança regional manterá a política diplomática que tem há décadas.
O Fórum das Ilhas do
Pacífico rejeitou assim as exigências de alguns membros, aliados de Pequim, que
tinham instado a organização a deixar de considerar Taipé como um parceiro de
desenvolvimento.
Numa declaração final, os
líderes reafirmaram um acordo assinado em 1992 que autoriza conversações com
Taiwan.
A China tem trabalhado para
excluir Taiwan – uma ilha democrática governada de forma autónoma que considera
fazer parte do seu território – dos fóruns internacionais.
As Ilhas Salomão, o
principal parceiro de Pequim no Pacífico Sul e que acolherão o Fórum das Ilhas
do Pacífico em 2025, pretendiam que Taiwan perdesse o estatuto de parceiro no
Fórum, irritando alguns aliados de Taipé.
A aliança regional está
dividida entre países que mantêm relações diplomáticas com a China e outros com
Taiwan.
Além de Tuvalu, Palau e as
Ilhas Marshall reconhecem Taipé.
Palau deverá realizar
eleições gerais este ano e os laços diplomáticos com Taiwan - e uma potencial
mudança a favor da China - deverão estar entre as questões principais durante a
campanha eleitoral.
Nos últimos cinco anos, as
Ilhas Salomão, Kiribati e Nauru romperam relações diplomáticas com Taipé a
favor de Pequim.
Taiwan enviou o
vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Tien Chung-kwang, a Tonga para
reforçar os laços com os aliados insulares do Pacífico.
Na quarta-feira, o Fórum aprovou
um plano, financiado em cerca de 400 milhões de dólares (mais de 358 milhões de
euros) pela Austrália, para melhorar a formação policial e criar uma unidade
regional, após a China ter assinado pactos de segurança com algumas nações da
área.
A Austrália, que juntamente
com os Estados Unidos tem historicamente sido a principal influência sobre as
nações do Pacífico, tem voltado a sua atenção para a região desde o opaco pacto
de segurança assinado em 2022 entre a China e as Ilhas Salomão.
A China mantém uma presença
policial modesta, mas visível nas Ilhas Salomão, para onde envia agentes para
treinar a polícia local em táticas de tiroteio e motim.
Semanas antes da reunião em
Tonga, os líderes das Fiji, Vanuatu e Ilhas Salomão deslocaram-se a Pequim, onde
destacaram a cooperação com a China e a capacidade do gigante asiático para
prestar assistência ao desenvolvimento e os seus objetivos de segurança.
O Fórum das Ilhas do Pacífico é constituído pela Austrália, Fiji, Ilhas Cook, Nova Caledónia, Polinésia Francesa, Micronésia, Nauru, Nova Zelândia, Niue, Palau, Papua Nova Guiné, Ilhas Marshall, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu e Vanuatu, enquanto Kiribati anunciou a saída da organização.ANG/Lusa
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