EUA/Humanos
envelhecem muito em duas fases, aos 44 e aos 60 anos, segundo um estudo
Bissau, 15 Ago 24 (ANG) – Uma nova investigação demonstrou o
declínio súbito sentido pelos humanos em determinada idade, apontando que
muitas das moléculas e microrganismos aumentam ou diminuem drasticamente por
volta dos 44 e dos 60 anos.
Cientistas da
Universidade de Stanford, que publicaram hoje o seu estudo na revista Nature
Aging, avaliaram milhares de moléculas diferentes em pessoas entre os 25 e os
75 anos, bem como os seus microbiomas – bactérias, vírus e fungos que vivem no
interior do corpo e na pele – e descobriram que a sua abundância, na maioria,
não se altera gradual e cronologicamente.
Pelo contrário, ocorrem
dois períodos de mudanças rápidas ao longo da vida, em média por volta dos 44 e
60 anos.
“Não só mudamos
gradualmente ao longo do tempo, como há mudanças realmente drásticas. Acontece
que em meados dos 40 anos é uma época de mudanças drásticas, tal como o início
dos 60 anos”, frisou Michael Snyder, para quem é provável que tenha impacto na
saúde.
O número de moléculas
relacionadas com doenças cardiovasculares apresentou alterações significativas
em ambos os momentos, e as relacionadas com a função imunitária mudaram em
pessoas com 60 anos, realçou, em comunicado, a Universidade de Stanford.
Os cientistas utilizaram
dados de 108 pessoas que acompanharam para compreender melhor a biologia do
envelhecimento.
Entre outros,
encontraram quatro tipos de idade diferentes (padrões de envelhecimento) que
mostram que os rins, o fígado, o metabolismo e o sistema imunitário envelhecem
a taxas diferentes em cada pessoa.
Os investigadores
analisaram amostras biológicas a cada poucos meses durante vários anos e
rastrearam milhares de moléculas diferentes, incluindo RNA, proteínas e
metabolitos, bem como alterações nos microbiomas dos participantes.
E observaram que as
moléculas e os micróbios experimentam alterações na sua abundância, aumentando
ou diminuindo. Cerca de 81% de todas as moléculas estudadas apresentaram
flutuações não lineares em número, o que significa que mudaram mais em
determinadas idades do que noutras épocas, aos 40 e 60.
O facto de tantas
mudanças drásticas ocorrerem no início dos 60 anos pode não ser surpreendente,
segundo Snyder, uma vez que se sabe que muitos riscos de doenças e outros
fenómenos relacionados com a idade aumentam nessa altura da vida.
Já o grande número de
mudanças em meados dos anos 40 foi surpreendente. No início, os cientistas
assumiram que a menopausa ou perimenopausa provocava grandes alterações nas
mulheres, distorcendo todo o grupo, mas quando dividiram o grupo de estudo por
sexo, verificaram que a alteração também ocorria nos homens por volta dos 40
anos.
"Isto sugere que,
embora a menopausa ou a perimenopausa possam contribuir para as alterações
observadas nas mulheres na casa dos 40 anos, é provável que existam outros
fatores mais significativos que as influenciam tanto nos homens como nas
mulheres. A identificação e o estudo destes fatores deve ser uma
prioridade", defendeu Xiaotao Shen, da Universidade Tecnológica de
Nanyang, em Singapura.
Nas pessoas com 40 anos, foram observadas alterações significativas no número de moléculas relacionadas com o metabolismo de álcool, cafeína e lípidos, doenças cardiovasculares e a pele e os músculos. ANG/Lusa
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