Quénia/Declarada emergência de saúde
pública em África devido à "varíola dos macacos"
Bissau, 13 Ago 24 (ANG) – O Centro Africano
de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) declarou "emergência de
saúde pública", o mais alto nível de alerta, face à epidemia do vírus
Monkeypox (Mpox), conhecido por “varíola dos macacos”, em vários países do
continente.
"O
Mpox atravessou agora as fronteiras, afetando milhares de pessoas em todo o
nosso continente (…). Anuncio, com o coração pesado, mas com um compromisso
inabalável para com o nosso povo, para com os nossos cidadãos africanos, que
estamos a declarar o Mpox uma emergência de saúde pública continental",
declarou o presidente do CDC Africa, Jean Kasenya, numa conferência de
imprensa.
"Esta
declaração não é uma mera formalidade, é um claro apelo à ação. É o
reconhecimento de que não podemos continuar a dar-nos ao luxo de ser reativos.
Temos de ser proativos e agressivos nos nossos esforços para conter e eliminar
este flagelo", acrescentou.
Este
anúncio, que permitirá desbloquear fundos para o acesso às vacinas e uma
resposta continental, surge na véspera de uma reunião do comité de emergência
da Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar se deve ser declarado o
nível mais elevado de alerta sanitário a nível internacional, em resposta a
esta doença.
Anteriormente
conhecida como “varíola dos macacos”, a varíola é uma doença viral que se
propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida por
contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.
Desde
janeiro de 2022, foram registados 38.465 casos em 16 países africanos, com
1.456 mortes, incluindo um aumento de 160% dos casos em 2024 em comparação com
o ano anterior, de acordo com dados publicados na semana passada pelo CDC
África.
O
continente enfrenta a propagação de uma nova estirpe, detetada na República
Democrática do Congo (RDCongo) em setembro de 2023 e apelidada de "Clade
Ib", que é mais mortal e mais transmissível do que as estirpes anteriores.
A
"Clade Ib" provoca erupções cutâneas em todo o corpo, enquanto as
estirpes anteriores se caracterizavam por erupções e lesões localizadas na
boca, no rosto ou nos órgãos genitais.
O
Mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual
RDCongo (antigo Zaire), com a propagação do subtipo Clade I (do qual a nova
variante é uma mutação), que desde então tem estado principalmente confinado a
países da África Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infetados
por animais infetados.
Em
2022, uma epidemia mundial do subtipo Clade 2 propagou-se a uma centena de
países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens
homossexuais e bissexuais.
A OMS
declarou um alerta máximo em julho de 2022 em resposta a este surto mundial,
mas levantou-o menos de um ano depois, em maio de 2023. A epidemia causou cerca
de 140 mortes num total estimado de 90.000 casos. ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário