Rússia/ Governo convicto que EUA ordenaram sabotagem dos gasodutos North Stream
Bissau, 19 Ago 24 (ANG) - O ministro dos Negócios
Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou hoje estar convencido que os
Estados Unidos da América (EUA) ordenaram a sabotagem dos gasodutos russos Nord
Stream, em setembro de 2022, no Mar Báltico.
"Mesmo que (...) os ucranianos tenham participado (na ação), é claro que não o poderiam ter feito sozinhos. É claro que, para se realizar um ataque deste tipo, a ordem veio do mais alto nível, como se costuma dizer, e do mais alto nível para o Ocidente é, naturalmente, Washington”, avançou Lavrov ao ‘media’ russo Izvestia.
A
investigação sobre a sabotagem dos gasodutos apontou para a Ucrânia depois de a
imprensa ter noticiado, na semana passada, a emissão pela justiça alemã de um
mandado de detenção contra um mergulhador profissional ucraniano suspeito de
estar envolvido no caso com outros dois compatriotas.
O
mandado de captura europeu foi emitido em junho pelo Ministério Público Federal
alemão contra o instrutor de mergulho ucraniano que vivia na Polónia, não muito
longe de Varsóvia.
A
justiça polaca confirmou que tinha recebido o mandado da Alemanha contra o
ucraniano residente na Polónia, mas informou que este já tinha abandonado o
país.
Na
quinta-feira, as autoridades ucranianas descreveram como “absolutamente
absurdo” o potencial envolvimento do país na operação de sabotagem que visou o
Nord Stream, numa reação a alegações nesse sentido publicadas pelo jornal The
Wall Street Journal.
Segundo
o jornal norte-americano, que afirmou basear-se nomeadamente em fontes
militares ucranianas, o ataque ocorrido nas profundezas do Mar Báltico foi
realizado sob a supervisão do comandante-chefe do exército ucraniano da época,
Valery Zalouzhny, apesar de o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter
solicitado que a operação fosse interrompida.
Depois
de ter revelado os progressos na investigação judicial, a imprensa alemã tem
sido mais cautelosa sobre um possível envolvimento de altas autoridades
ucranianas.
A
sabotagem dos dois gasodutos que ligam a Rússia à Alemanha e transportavam a
maior parte do gás russo para a Europa ocorreu em 26 de setembro de 2022, sete
meses depois da invasão russa da Ucrânia.
Quatro
fugas de gás, precedidas de explosões subaquáticas, ocorreram com poucas horas
de intervalo nos dois gasodutos, que não estavam em funcionamento na altura.
A
Rússia já tinha deixado de fornecer gás através do Nord Stream 1, no contexto
de um conflito energético com os países europeus que apoiam a Ucrânia, e o Nord
Stream 2 nunca entrou em funcionamento.
Apesar
de não estarem operacionais, os dois gasodutos operados por um consórcio do
gigante russo Gazprom estavam cheios de gás.
A
Ucrânia acusou na altura a Rússia de responsabilidade pelas fugas nos
gasodutos, acusações que foram devolvidas por Moscovo. ANG/Lusa
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