Rússia/Kremlin acusa Ocidente de ajudar Kiev a preparar incursão em solo russo
Bissau,
16 Ago 24 (ANG) – O conselheiro da presidência russa (Kremlin) e antigo
secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, afirmou hoje
que os países ocidentais cooperaram com a Ucrânia no planeamento da incursão em
território russo.
“A operação na região de Kursk (…) foi planeada com a participação da NATO e dos serviços de informação ocidentais”, disse Patrushev numa entrevista ao jornal Izvestia.
Segundo
Patrushev, os países da Aliança Atlântica ajudaram Kiev com armas, instrutores
militares e fornecem constantemente informações.
O
conselheiro rejeitou também as declarações de Washington de que os Estados
Unidos da América (EUA) não estão ligados à incursão na região fronteiriça
russa, que começou a 06 de agosto e onde Kiev, segundo o seu comando militar,
controla mais de 1.100 quilómetros quadrados.
“Os
EUA dizem sempre uma coisa e fazem outra. Sem a sua participação e sem o seu
apoio direto, Kiev não arriscaria a entrar em território russo”, argumentou
Patrushev.
Entretanto,
em declarações à agência russa RIA Novosti, o deputado russo Mikhail Sheremet
defendeu que o mundo está agora à beira de uma nova guerra mundial.
"Tendo
em conta a presença de equipamento militar ocidental, a utilização de munições
e mísseis ocidentais em ataques a infraestruturas civis e as provas
irrefutáveis da participação maciça de estrangeiros no ataque ao território
russo, pode-se concluir que o mundo está à beira de uma terceira guerra
mundial", afirmou o deputado russo.
Hoje,
o Exército ucraniano mostrou pela primeira vez imagens do início da sua incursão
na região russa de Kursk.
Os
meios de comunicação ucranianos citaram dois vídeos divulgados na rede social
Facebook pelo Comando das Forças de Assalto Aerotransportadas das Forças
Armadas da Ucrânia nos quais se observam as primeiras horas da ofensiva ucraniana
em Kursk.
Nas
imagens podem ver-se soldados ucranianos a realizar trabalhos de desminagem,
destruindo linhas defensivas e postos fronteiriços russos, atacando com
artilharia e blindados, bem como capturando soldados inimigos, entre outras
coisas, segundo relataram os ‘media’ ucranianos, citados pelas agências
internacionais.
O
jornal Ukrainska Pravda também recolheu um outro vídeo divulgado no Facebook da
80.ª Brigada de Assalto Aerotransportada da Ucrânia, que mostra a destruição
pelos militares ucranianos de um posto fronteiriço onde foram capturados 50
soldados russos, que se renderam antes do ataque das tropas ucranianas em
Sukha.
Na
passada segunda-feira, o governador em exercício de Kursk, Alexei Smirnov,
garantiu que cerca de 121 mil pessoas já tinham sido retiradas das zonas
fronteiriças com a Ucrânia e outras 60 mil seriam transferidas posteriormente
para locais mais seguros.
Smirnov
afirmou ainda que as forças ucranianas controlavam 28 cidades no território de
Kursk, onde vivem cerca de 2.000 pessoas, cujo destino é desconhecido até ao
momento.
Entretanto,
o comando militar ucraniano assegura que já tomou 82 localidades russas no
âmbito desta ofensiva surpresa.
Hoje,
o Ministério da Defesa russo informou que as suas tropas tinham destruído dois
lançadores de mísseis HIMARS, perto da cidade ucraniana de Miropillya, na
fronteira com a região russa de Kursk.
“Dois
ataques com ‘rockets’ foram realizados contra posições camufladas de lançadores
americanos HIMARS”, referiu o relatório militar russo publicado na rede social
Telegram.
A
Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais
desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia. ANG/Lusa
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