Cabo Verde/CEDEAO saúda centenário de Cabral, “inspiração” para
resolver desafios atuais
Bissau, 11 Set 24(ANG) – A Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) saudou hoje a Fundação Amílcar Cabral pelas celebrações do
centenário de Amílcar Cabral, apontando-o como fonte de inspiração para
resolver problemas actuais.
O pai das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde foi um
“herói” cujo “trabalho multidimensional pode servir de fonte de inspiração para
as atuais gerações africanas”, lê-se na mensagem de Omar Touray, presidente da
comissão da CEDEAO, divulgada pela fundação.
“Ironicamente, celebra-se o centenário do seu nascimento numa
altura em que a nossa sub-região e o nosso continente são mais uma vez vítimas
de confrontos entre potências estrangeiras, o que parece ser uma nova guerra
fria”, tal como Cabral teve de enfrentar, referiu.
Além disso, “a unidade sub-regional está a ser posta à prova por
múltiplos desafios”, com golpes de Estado que levaram Níger, Mali e Burkina
Faso a afastar-se da comunidade.
Segundo o presidente da CEDEAO, o contexto mostra que “as lições
aprendidas com a sua vida [de Amílcar Cabral] permanecem atuais e as gerações
do presente e futuro têm muito a aprender com este grande africano”.
O pensamento de Cabral pode abrir caminhos para a liderança
política ao serviço da independência e da emancipação africana, no quadro da
unidade continental, acrescentou.
A CEDEAO saúda a fundação com “solidariedade” e “toda a
Comunidade da África Ocidental e deseja sucesso no seu trabalho”, concluiu.
Amílcar Cabral nasceu a 12 de setembro de 1924, em Bafatá, na
então Guiné Portuguesa (hoje Guiné-Bissau), e foi assassinado a 20 de janeiro
de 1973, em Conacri, Guiné.
As comemorações do centenário têm sido marcadas por diversos
eventos académicos, culturais e políticos em várias partes do mundo.
Desenvolvidas desde 2022, as iniciativas aceleraram em janeiro,
com teatro, música, marchas e debates, que têm tratado vários temas da política
à agronomia, passando pelo desporto, mostrando a multidisciplinaridade de
Cabral. ANG/Inforpress/Lusa
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