Frente Social/"Greve de três dias teve maior impacto no setor da Saúde" diz o porta-voz
Bissau,10 Out 24(ANG) - O
porta-voz da Frente Social, João Yoyo Correia, disse esta quarta-feira, à Lusa
que a greve de três dias no país “teve maior impacto no setor da Saúde”, com
uma adesão de cerca de 90%.
Yoyo Correia, que procedia ao balanço da paralisação, iniciada na segunda-feira, afirmou que a Frente Social, plataforma que junta dois sindicatos de técnicos da Educação e outros tantos da Saúde, “não se sente bem em afirmar que a greve teve impacto na Saúde”.
“É uma batalha pela
dignificação dos profissionais das duas classes. Podemos dizer que houve cerca
de 90% de adesão no setor da Saúde, de onde recebemos diferentes gritos de
socorro da população”, mesmo com serviços mínimos nos hospitais e centros de
saúde, afirmou o sindicalista.
Vários serviços do Simão
Mendes, em Bissau, principal hospital da Guiné-Bissau, tiveram de mandar para
casa, para clínicas privadas ou para o Hospital Militar os doentes que
procuraram atendimento durante os três dias da greve.
O serviço de urgência do
Simão Mendes, hospital de referência, funcionou apenas com um médico que atendia
os pacientes internados no serviço de ortopedia.
João Yoyo Correia lamentou
que “antes e durante a greve”, quarta-feira terminada, a Frente Social não
tenha sido convocada pelo Governo para analisar os pontos que motivaram a
paralisação laboral desde segunda-feira.
A greve surgiu no âmbito do
protesto da Frente Social pelo não pagamento de cerca de dois anos de salário a
cerca de cinco mil professores, pela exigência de efetivação na Função Pública
de dezenas de técnicos da Saúde e ainda pela melhoria de condições de trabalho.
O porta-voz da Frente Social
prometeu anunciar “novos passos a seguir” enquanto o Governo não se sentar à
mesa e atender às reivindicações dos trabalhadores da Função Pública.
Das outras vezes que a
Frente Social convocou greves, os líderes da organização denunciaram que foram
alvo de ameaças e intimidações, o que desta vez não aconteceu, conforme
reconheceu João Yoyo Correia.
No entanto, disse que, na
região de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau, o delegado do Ministério da Saúde “teria
pedido um documento comprovativo” aos funcionários que não quiseram prestar
serviço porque estavam de greve.
“Achamos que é a falta de
conhecimento da exigência legal por parte dos trabalhadores de que basta o
pré-aviso da greve” para aderir à paralisação, declarou João Yoyo Correia, que
aproveitou para exortar e agradecer a “firmeza dos trabalhadores”.ANG/Lusa
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