Líbano/
pelo menos cinco mortos em novos ataques israelitas
Bissau,17 Out 24(ANG) - No
sul do Líbano, pelo menos cinco pessoas morreram, esta quarta-feira, em novo
ataques israelitas que visaram dois edifícios na cidade de Nabatiyeh.
A este ataque, juntam-se
outros nas subúrbios de Beirute, numa altura em que o primeiro-ministro
israelita, Benjamin Netanyahu defende que é contra um cessar-fogo
"unilateral" no Líbano.
Israel lançou esta
quarta-feira, vários ataques contra a cidade de Nabatiyeh, na região sul
do Líbano, causando a morte de pelo menos cinco pessoas, onde se inclui o
Presidente da câmara desta cidade, Ahmad Kahil. Esta cidade é considerada por
Israel como um reduto dos movimentos xiitas Hezbollah e Amal.
Os bombardeamentos
israelitas no sul do Líbano têm sido constantes nos últimos dias e só na noite
passada morreram 15 pessoas em novos ataques contra a cidade de Qana.
Nas últimas horas, Israel
atingiu também os subúrbios do sul de Beirute, pela primeira vez, em seis dias,
de acordo com a imprensa estatal libanesa. Os Estados Unidos já reagiram a
estes novos ataques e disseram que são contra a "campanha de
bombardeamentos em Beirute".
Entretanto, o chefe do
governo israelita já se posicionou contra um cessar-fogo "unilateral"
no Líbano, alegando que isso não iria impedir que os membros do Hezbollah se
reagrupassem na fronteira.
Estes novos ataques
acontecem numa altura em que é aguardado o ataque de Israel contra o Irão. O
estado hebraico já assegurou aos Estados Unidos que não pretende atingir
as instalações nucleares ou petrolíferas iranianas. Por outro lado, Washington
enviou uma carta a Telavive a pedir que a situação humanitária em Gaza melhore.
Caso isto não aconteça, a continuidade da ajuda militar poderá ser posta em
causa, segundo altos responsáveis dos EUA.
Emmanuel Macron e Benjamin
Netanyahu voltaram a falar ao telefone, esta terça-feira, e evocaram a situação
no Médio Oriente. O Presidente francês expressou a sua indignação depois de
vários membros da Força Interina das Nações Unidas no Líbano terem ficado
feridos em ataques israelitas.
Macron apelou a Netanyahu
para parar com esses ataques, que qualificou de "injustificáveis",
recordando que a UNIFIL, que tem um contigente de cerca de 700 militares
franceses, deve permanecer no sul do Líbano para assegurar a segurança tanto de
Israel, como do Líbano.
Macron também voltou a
reiterar a necessidade de um cessar-fogo tanto em Gaza como no Líbano, pedindo
a Netanyahu o fim das operações no Líbano. Macron recordou que França,
juntamente com os EUA, propôs um cessar-fogo de 21 dias e que é necessário
regressar a esse caminho diplomático.
Recorde-se que França vai
acolher uma conferência internacional de apoio ao Líbano já no próximo dia 24
de Outubro. Netanyahu já veio criticar a presença neste encontro de países como
a África do Sul e Argélia, países que são muito críticos em relação a Israel.
A tensão entre Macron e
Netanyau subiu de tom neste mês de Outubro. Esta terça-feira, houve um novo
episódio tenso entre os dois devido a declarações sobre a criação do estado de
Israel.
O Presidente francês disse
que Netanyahu "não deveria esquecer-se que Israel foi criado por uma
decisão da ONU", fazendo referência ao voto em novembro de 1947 pela
Assembleia-Geral das Nações Unidas sobre o plano de partilha da Palestina,
entre um estado judaico e um estado árabe.
O Primeiro-ministro
israelita ficou indignado com estas declarações e respondeu dizendo que "não
foi a resolução da ONU que estabeleceu o Estado de Israel, mas sim a vitória
alcançada na guerra da independência".
Recorde-se que a relação
entre os dois líderes já tinha ficado tremida depois do Presidente francês ter
defendido, no início deste mês, a interrupção do fornecimento de armas a Israel
que possam ser usadas em Gaza e também no Líbano, num apelo claro dirigido aos
Estados Unidos, principal aliado de Israel na região.ANG/RFI
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